A terceira fase da campanha de vacinação contra a poliomielite das Nações Unidas em Gaza foi adiada devido à “violência crescente, bombardeios intensos, ordens de deslocamento em massa e falta de pausas humanitárias garantidas na maior parte do norte de Gaza”, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (20).
A campanha de imunização deveria começar nesta quarta, disse a OMS, e era a fase final de uma campanha em andamento que visa vacinar quase 120 mil crianças no norte de Gaza.
O adiamento pode “colocar em sério risco os esforços para interromper a transmissão do poliovírus em Gaza”, se “um número significativo de crianças não tomar a segunda” dose da vacina, alertou a diretora regional do Unicef para o Oriente Médio e Norte da África, Adele Khodr, em uma publicação no X.
“Isso também pode levar a uma maior disseminação do poliovírus na própria Faixa de Gaza e nos países vizinhos, com o risco de mais crianças ficarem paralisadas”, acrescentou.
Moradores descrevem situação no local
Pessoas vivem no norte de Gaza enquanto situação se deteriora a medida que Israel intensifica sua operação militar no local, dizendo que o Hamas está se reagrupando na área.
Na terça-feira, o diretor do Ministério da Saúde de Gaza disse que remédios, suprimentos médicos e alimentos não entraram no norte da região por 18 dias e acusou o Exército israelense de impedir que comboios de ajuda internacional chegassem à área.
Em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, o coronel Elad Goren, chefe do esforço humanitário-civil do Exército israelense na Faixa de Gaza, disse que os moradores de Jabalya, no norte de Gaza, onde o Exército israelense está operando, “têm assistência suficiente dos meses anteriores” e que 90% da população da área foi deslocada.
A CNN não pôde verificar essa alegação. Vários moradores do norte de Gaza, incluindo Jabalya, disseram à CNN que estão presos e sob fogo israelense, sem acesso a ajuda.