Em um encontro bilateral significativo durante a cúpula dos Brics em Kazan, Rússia, o presidente Vladimir Putin e a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, atual presidente do Banco dos Brics, discutiram alternativas ao uso do dólar nas transações comerciais entre os países membros do bloco econômico.
A reunião, que ocorreu nesta terça-feira (22), centrou-se na busca por maior independência financeira para o grupo, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Dilma Rousseff defendeu a criação de instrumentos financeiros que não dependam da moeda americana, uma proposta que encontra forte ressonância entre os membros do Brics, especialmente aqueles que enfrentam sanções econômicas ocidentais.
Sistema de pagamentos alternativo
Um dos pontos cruciais discutidos foi a possibilidade de desenvolvimento de um sistema de pagamentos internacionais próprio. Atualmente, o sistema SWIFT, controlado principalmente por países ocidentais e baseado no dólar, domina as transações globais. A criação de uma alternativa poderia reduzir a vulnerabilidade dos países do Brics a sanções econômicas impostas pelo Ocidente.
Além disso, a ideia de uma moeda comum para o comércio intra-bloco foi abordada, visando facilitar as trocas comerciais entre os membros sem a necessidade de recorrer ao dólar. Esta medida poderia fortalecer a posição econômica do grupo no cenário internacional.
Desafios e limitações atuais
Um obstáculo significativo enfrentado pelo Banco dos Brics, liderado por Rousseff, é a impossibilidade de financiar projetos na Rússia devido às sanções ocidentais. Esta situação exemplifica as dificuldades que o bloco enfrenta ao tentar operar independentemente do sistema financeiro dominado pelo Ocidente.
A ex-presidente brasileira também ressaltou que as necessidades de financiamento dos países em desenvolvimento diferem substancialmente das nações ricas, enfatizando a importância de soluções financeiras adaptadas às realidades dos membros do Brics.
O encontro entre Putin e Rousseff destaca a crescente busca por alternativas econômicas globais, refletindo uma tendência de países emergentes em buscar maior autonomia financeira e reduzir a dependência do dólar americano no comércio internacional.
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