Pretos e pardos representam quase dois terços (65,2%) das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no Brasil.
Os dados estão contidos na mais nova edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, divulgada na manhã desta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Esse percentual é superior à participação deste grupo racial na população total de 5 a 17 anos, que é de 59,3%. O levantamento também aponta que o número de jovens em trabalho infantil no país diminuiu 14,6% em 2023.
Em números absolutos, 1,607 milhão de crianças e adolescentes estavam nessa situação, contra 1,881 milhão no ano anterior.
O rendimento médio mensal de crianças e adolescentes em trabalho infantil foi de R$ 771. No caso de Pretos e partos, o valor é ainda menor. Veja:
- Pretos ou pardos: R$ 707
- Brancos: R$ 875
- Média geral: R$ 771
- Trabalho perigoso (Lista TIP): R$ 735
A pesquisa ainda revela que as crianças e adolescentes inseridos nas piores formas de trabalho infantil, classificadas na proxy da Lista TIP (Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil), eram, em sua maioria, do sexo masculino (76,4%) e de cor preta ou parda (67,5%).
Além disso, o estudo destaca que a maior parte das crianças e adolescentes em domicílios beneficiados pelo Programa Bolsa Família era composta por pretos ou pardos, representando 78% desse grupo, enquanto 20,4% eram brancos.
A maior parte das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil está nas regiões Norte e Nordeste do país.
No Nordeste, foram registradas 506 mil crianças afetadas, enquanto a maior proporção foi observada no Norte, onde 6,9% dos jovens de 5 a 17 anos estão nessa condição.