Ataques aéreos israelenses atingiram os subúrbios do sul de Beirute nesta quarta-feira (16), de acordo com a mídia estatal libanesa, o primeiro ataque a atingir a área em vários dias.
O exército israelense disse nesta quarta-feira que os ataques atingiram “armas estratégicas” pertencentes ao grupo libanês apoiado pelo Irã em um depósito subterrâneo nos subúrbios.
As Forças de Defesa de Israel disseram que os ataques foram conduzidos “com a direção de inteligência precisa das IDF” e que “várias medidas” foram tomadas para mitigar o risco de ferir civis.
O bombardeio ocorreu logo após o exército israelense emitir novos avisos de retirada para moradores perto de um prédio na área de Haret Hreik de Dahiyeh, um reduto do Hezbollah.
Os ataques também ocorreram apenas algumas horas depois que os EUA expressaram preocupação com o escopo da campanha de bombardeio de Israel em Beirute e as mortes de civis relacionadas à ofensiva.
Uma transmissão ao vivo do horizonte do sul de Beirute da agência de notícias AFP mostrou fumaça subindo da área.
No início desta semana, a CNN relatou que houve um adiamento dos ataques israelenses em Beirute nos últimos dias em meio a crescentes “entendimentos” entre autoridades dos EUA e de Israel, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu prometeu mais tarde que Israel atacaria o Hezbollah em todos os lugares do Líbano “sem piedade”, incluindo Beirute.
Desde que Israel intensificou a guerra contra o grupo apoiado pelo Irã, as forças israelenses tem bombardeado a capital libanesa e outras áreas no sul do país com uma intensidade sem precedentes.
Os ataques muitas vezes tiveram como alvo áreas lotadas, destruindo prédios residenciais, matando mais de 1.500 pessoas e deslocando mais de 1 milhão, de acordo com o governo libanês
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O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas. No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino. Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense.
A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas. O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.
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