Israel continuará a atacar alvos do Hezbollah em todo o Líbano, incluindo a capital do país, Beirute, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
“Continuaremos a atacar o Hezbollah sem piedade em todo o Líbano — incluindo Beirute”, afirmou o premiê na Base de Treinamento da Brigada Golani das Forças de Defesa de Israel (FDI) em um vídeo divulgado pelo governo.
Essa base foi atingida na noite de domingo (13) por um drone do Hezbollah lançado do sul do Líbano, matando quatro soldados israelenses e ferindo mais de 60 pessoas.
Netanyahu expressou condolências às famílias dos quatro militares mortos, acrescentando que visitaria os feridos.
“Junto com toda a nação, rezo por sua rápida recuperação… continuamos lutando. Estamos pagando um preço doloroso, mas temos conquistas consideráveis que continuaremos a fazer”, pontuou.
Os comentários de Netanyahu acontecem depois que a CNN apurou que os ataques israelenses em Beirute foram interrompidos nos últimos dias em meio a crescentes “entendimentos” entre autoridades dos Estados Unidos e de Israel, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.
Dois ataques israelenses mataram pelo menos 22 pessoas e feriram mais de 100 em Beirute na quinta-feira (10). Desde então, não houve ataques na capital libanesa, mas eles continuaram em outros lugares, particularmente no sul do país.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.
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