A ex-companheira e mãe da filha de Paulo Cupertino, Vanessa Tibcherani Matias Camargo, confirmou a relação abusiva de pai para filha, nesta quinta-feira (10), durante depoimento em Júri Popular, em São Paulo. Cupertino é acusado de matar o ex-ator de Chiquititas, junto de seus pais, João Alcisio e Miriam Selma, em junho de 2019, no bairro da Pedreira, na zona Sul de São Paulo.
Vanessa disse ao Júri que Paulo Cupertino tirava a liberdade da filha. A declaração corrobora a tese da promotoria, sob o argumento de que o crime foi premeditado e motivado pela inconformidade de Cupertino com o namoro de sua filha com Rafael Miguel.
Durante seu depoimento, no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona Oeste da capital paulista, Vanessa afirmou que Cupertino chegou a tomar o celular da filha, Isabela Tibcherani Matias, quando soube que ela estava se relacionando com Rafael. Segundo ela, Cupertino e Isabela nunca se deram bem.
Em outro momento, a mãe de Isabela revela que após a atitude de Cupertino, ajudou a filha a se comunicar com o namorado. Em prantos, ela relembrou a cena do crime e descreveu os tiros e o desespero da filha que foi socorrer Rafael, atingido pelos disparos do pai. A polícia cientifica contabilizou treze disparos nos crimes.
A ex-companheira de Paulo Cupertino disse durante julgamento que ele era “mitomaníaco”e evitou dizer seu nome. Ela também relatou que foram inúmeros casos de agressões que sofreu do ex-companheiro. Vanessa e a filha haviam pedido para serem ouvidas sem a presença do réu, o que não aconteceu.
Cupertino será julgado por triplo homicídio qualificado e pode pegar até 90 anos de prisão. Ela está preso desde 2022, quando foi capturado, após ter fugido das autoridades por quase três anos. Outros dois homens são acusados por ajudar Cupertino durante a fuga. Saiba quem são os três réus julgados a partir de hoje.
O júri será composto por seis mulheres e um homem, definido após sorteio. De acordo com a lista de testemunhas que a CNN teve acesso, serão quinze depoimentos entre quinta e sexta-feira (11). Inicialmente, 18 pessoas prestariam depoimento, mas a CNN apurou que três delas desistiram.
O crime aconteceu em 9 de junho de 2019 e chocou o país. Cupertino conseguiu escapar das autoridades por três anos, sendo capturado somente em maio de 2022 em um apartamento na Zona Sul de São Paulo, após passar por cerca de 100 endereços em pelo menos três países – Brasil, Paraguai e Argentina.