Postos de gasolina em muitas áreas da Flórida estão ficando sem gasolina, enquanto os moradores se preparam para a chegada do furacão Milton.
A demanda por gasolina aumentou, pois muitos moradores estão tentando abastecer antes de fugir para áreas mais seguras. Outros que planejam ficar em suas casas estão tentando encher os tanques para poderem alimentar seus geradores caso fiquem sem eletricidade por um longo período.
O serviço de rastreamento de preços de gasolina GasBuddy relatou que, na manhã desta terça-feira (8), no horário local, 14,5% dos postos de gasolina em todo o estado estavam sem combustível. Na segunda-feira (7), esse índice era de 3%.
Com cerca de 7.500 postos no estado, essa estimativa significa que há mais de 1.000 atualmente sem gasolina.
Vídeo mostra moradores da Flórida tentando abastecer:
A situação estava muito pior em áreas que enfrentam ordens de retirada obrigatória. Em Fort Myers, na Costa do Golfo do estado, 70% dos postos estavam sem gasolina na noite de segunda-feira.
“É uma prova de quão rápido a tempestade está se movendo e quão intensa ela é”, disse Patrick De Haan, analista de energia da GasBuddy.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, tentou conter as compras por pânico, o que pode piorar a escassez.
DeSantis, em uma entrevista coletiva nesta terça de manhã, garantiu aos moradores que o estado está trabalhando para levar suprimentos emergenciais de gasolina para os postos que ficaram sem combustível.
Ele pontuou que as reservas do estado incluem 110 mil galões de gasolina e 268 mil galões de óleo diesel. Embora essas reservas estejam diminuindo devido à distribuição que já ocorreu, há 1,2 milhão de galões de ambos os combustíveis atualmente a caminho do estado.
O governador ressaltou que 27 caminhões de combustível foram escoltados pela Patrulha Rodoviária da Flórida para entregar o suprimento aos postos na área de impacto prevista da tempestade.
“Temos despachado combustível nas últimas 24 horas, pois os postos de gasolina acabaram”, afirmou DeSantis em uma entrevista coletiva.
“Não há escassez de combustível. O combustível continua chegando ao estado da Flórida. Mas as filas nos postos de gasolina estão longas e os postos de gasolina estão acabando mais rápido do que de outra forma”, comentou.
Problemas podem persistir após a passagem de Milton
Depois que a tempestade passar, problemas para levar gasolina para o estado podem persistir se houver danos ao Porto de Tampa, disseram especialistas do mercado de gasolina.
Isso porque esse porto é um ponto de entrada importante para grande parte da gasolina que chega ao estado, via petroleiro ou barcaça.
De lá, o combustível é distribuído para o resto do estado por caminhões-tanque e por um oleoduto que leva à área de Orlando. Porém, não há oleodutos levando gasolina de refinarias na Costa do Golfo ou estados do norte, pois o combustível é transportado por grande parte do resto do país.
“O Porto de Tampa é essencial para o abastecimento de grande parte do estado”, afirmou Tom Kloza, chefe global de análise de energia da OPIS, que monitora os preços da gasolina.
“É uma das peças mais cruciais da infraestrutura de combustível do país. Eu teria dificuldade em encontrar um mercado mais dependente do fornecimento aquático e mais suscetível a furacões e tempestades”, avaliou.
O porto foi fechado devido à tempestade, embora DeSantis tenha dito que há combustível em seus terminais de gasolina e que ele continua operando antes da tempestade.
Pode demorar um pouco para que ele seja reabert para navios-tanque e barcaças depois que a tempestade passar, pontuou Andy Lipow, analista de petróleo da Lipow Oil Associates.
“Eles não retornarão até que a tempestade passe e a Guarda Costeira verifique se há detritos afundados no canal e recoloque as boias de navegação”, advertiu.
Além disso, há receio que o furacão e a tempestade possam causar danos significativos ao porto.
“Estamos assumindo, não significa que isso vai acontecer, mas estamos assumindo que haverá danos significativos ao Porto de Tampa, então estamos operando como se houvesse uma interrupção significativa na capacidade deles de receber combustível”, destacou DeSantis.
Ele pontuou que autoridades estaduais estão trabalhando para fazer outras operações para levar combustível ao estado.