Nos últimos dias, segundo fontes familiarizadas com as questões, os conselheiros e aliados do candidato republicano à Presidência nos Estados Unidos, Donald Trump, têm preparado o ex-presidente sobre como responder a possíveis provocações da vice-presidente e candidata democrata à Presidência, Kamala Harris, durante o debate presidencial da ABC News na noite desta terça-feira (10).
Trump, que é notoriamente reativo, foi aconselhado por pessoas próximas a ele a não responder, pelo menos verbalmente, se Kamala tentar, de alguma forma, alfinetá-lo. A equipe do republicano acredita e alertou o ex-presidente que parte do motivo pelo qual Kamala provavelmente queria microfones com som ativado durante o debate, era para potencialmente tentar desestabilizar Trump, o que historicamente não é difícil de fazer, enquanto ela está falando. Alguns aliados ressaltaram que seria melhor para ele respondê-la com expressões faciais, ao invés de comentários ou ataques verbais.
A equipe de Trump está consciente do temperamento do candidato e de como o comportamento dele, muitas vezes agressivo, terá um efeito diferente com uma mulher.
Quando questionado sobre se haveria uma “mudança de tom” em comparação com a forma como Trump abordou seu debate com Biden, o ex-deputado Tulsi Gabbard, que tem ajudado na preparação de Trump para esta terça, argumentou que o candidato presidencial não falaria com Kamala “diferente de como falaria com um homem”.
“O presidente Trump respeita as mulheres e não sente a necessidade de ser arrogante ou de falar com as mulheres de qualquer outra forma que não falaria com um homem. Ele está falando com o povo americano, com o histórico de Kamala Harris e comparando e contrastando estes pontos com o seu histórico de sucesso”, comentou Gabbard.
No entanto, esta postura é o motivo de preocupação de muitos republicanos, que pontuam que Trump deveria abster-se de ataques pessoais. Trump é conhecido há muito tempo pela maneira rude com que, às vezes, fala sobre as mulheres.
“Basta manter o foco nas questões. E não tornar as coisas pessoais. Esta é uma escolha dos eleitores americanos. Deveria ser sobre o histórico das pessoas, suas posições e sua visão para o futuro”, declarou o líder republicano do Senado, John Thune, à CNN na segunda-feira (9), acrescentando que espera que Trump possa estabelecer um forte contraste em relação à vice-presidente Kamala Harris e “expor seu histórico” no palco do debate desta terça à noite.
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