Pela primeira vez na história, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou dados sobre domicílios coletivos no Brasil. Os números mostram que a população carcerária em 2002 era composta por 479 mil pessoas. Em asilos e instituições de longa permanência, eram 161 mil residentes. O censo traçou os perfis por idade, sexo e alfabetização dos moradores.
O levantamento mostra que 837 mil pessoas residiam em domicílios coletivos no país, correspondendo a 0,4% de toda população.
A maioria das pessoas está em penitenciárias, centros de detenção e similares, concentrando 57%,2 dos moradores de domicílio coletivos. As pessoas que se encontravam nessa situação correspondiam a 0,2% de toda população brasileira.
As pessoas que moravam em asilos ou outras instituições de longa permanência para idosos eram 19,2% dos moradores de domicílio coletivos. Eles eram 0,1% da população brasileira.
A pesquisa do IBGE também mensurou a quantidade de pessoas que moram em domicílios particulares improvisados – tendas, estabelecimentos, estruturas improvisadas, veículos e outros – que indica que 160 mil pessoas estão nessa situação.
Nas penitenciárias, 96,% eram homens e 75% do moradores tinham de 20 a 39 anos. Em unidades de internação de menores, o número de homens registrado é de 96,2% dos moradores. Apenas nos asilos as mulheres eram a maioria, com 59,8%.
A taxa de analfabetismo foi de 6,6% nas penitenciárias. O dado é o menor de todos os tipos de domicílios coletivos.
O índice está acima do conjunto da população brasileira, cuja taxa de analfabetismo é de 7,0%, segundo o IBGE. O instituto credita esse dado ao perfil mais jovem de seus moradores. Isso significa que quando se desagrega a taxa de analfabetismo por grupos de idade, a média fica superior ao observado na média nacional.
As pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade e estão em abrigos, correspondem a maioria dos analfabetos que residem em domicílios coletivos, sendo 31,8% dessa população. Na sequência estão moradores de asilos, que refletem 31,0%.