Os governos do Brasil e da Colômbia emitiram um comunicado em conjunto em reação à emissão de um mandado de prisão contra o opositor venezuelano Edmundo González, nesta terça-feira (3).
“Os governos de Brasil e Colômbia manifestam profunda preocupação com a ordem de apreensão emitida pela Justiça venezuelana contra o candidato presidencial Edmundo González Urrutia, no dia de ontem, 2 de setembro”, destaca-se no texto do Itamaraty.
O comunicado ainda acrescenta que a medida judicial “afeta gravemente os compromissos assumidos pelo Governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados, em que governo e oposição reafirmaram seu compromisso com o fortalecimento da democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e convivência.”
“Dificulta, ademais, a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas”, conclui-se na declaração dos governos brasileiro e colombiano.
A Justiça venezuelana emitiu o mandado contra González na segunda-feira (2), após pedido do Ministério Público do país.
Ele é acusado dos crimes de usurpação de funções, falsificação de documento público, instigação à desobediência às leis, associação para a prática de crime e formação de quadrilha.
O pedido de prisão do Ministério Público aconteceu depois do opositor não ter comparecido à sua terceira convocação para depor sobre o site “Resultados com VZLA”, que publicou supostas atas da eleição presidencial de 28 de julho.
Repercussão da comunidade internacional
A Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) emitiu uma nota condenando o mandado de prisão contra Edmundo González, opositor que disputou a Presidência da Venezuela contra Nicolás Maduro.
O texto afirma que o caso é perseguição política e que “constitui mais um crime”. Além disso, o órgão diz que o poder judicial da Venezuela toma ações que o “apontam como instrumento fundamental na execução de crimes contra a humanidade no país”.
Os Estados Unidos também condenaram o mandado de prisão emitido na segunda-feira (2) na Venezuela contra o ex-candidato presidencial.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse aos repórteres que eles estão “considerando uma série de opções” para demonstrar a Maduro e seus representantes que suas ações na Venezuela terão consequências.
Ele chamou a ordem de “apenas mais um exemplo dos esforços de Maduro para manter o poder pela força e se recusar a reconhecer que González obteve a maioria dos votos”.
Diversos países latino-americanos criticaram o mandado. O chefe de Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, também condenou a medida.
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