Cerca de 632 mil crianças estão em filas de espera de creches no Brasil e quase 9 em cada 10 cidades sofrem com o problema por falta de vaga no país.
As informações são da pesquisa ‘Retrato da Educação Infantil no Brasil: acesso e disponibilidade de vagas’, realizada pelo Gabinete de Articulação pela Efetividade da Política da Educação (Gaepe), divulgada na terça-feira (27).
Das 632 mil crianças, a faixa etária de 1 ano é a que mais espera, com 178.477 recém-nascidos. Por outro lado, a faixa etária de 4 anos é a que tem a menor quantidade em filas, com 34.373.
A região Sudeste é a que tem mais crianças esperando por uma vaga, com 212.571 meninos e meninas de 0 a 4 anos de idade. Veja abaixo.
- Sudeste – 212.571
- Nordeste – 124.369
- Sul – 123.319
- Norte – 94.327
- Centro-Oeste – 78.177
Olhando para os estados, São Paulo (88.854), Minas Gerais (63.470) e Paraná (59.373) lideram os números de crianças em filas de espera de creches.
Já Roraima (1.451), Acre (2.874) e Alagoas (4.331) são as unidades federativas com os menores registros. Sobre o total de municípios, 44% das cidades têm fila de espera nessa etapa.
De acordo com o Gaepe-Brasil, os principais critérios apontados para a definição de prioridades na fila por vaga em creches são, em ordem: crianças em situação de risco e vulnerabilidade, deficientes, com responsáveis que trabalham, renda familiar e mães solo ou adolescentes.
Kátia Schweickardt, secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, que apoiou a pesquisa, afirmou que a preocupação com os problemas no setor precisa ir além das cidades.
“Apesar de a educação infantil ser competência prioritária dos municípios, os desafios precisam ser enfrentados de forma colaborativa, com a atuação conjunta de União, estados e municípios”, destacou.
O estudo ainda mostra que uma grande parcela de creches não disponibiliza ao público as filas por vagas em suas instituições.
Em cinco estados (AL, BA, MA, PB e RN), mais de 50% das creches não divulgam a informação para as pessoas.
Entre os principais motivos para as crianças não serem matriculadas nas instituições estão: opção dos responsáveis, falta de vagas e a dificuldade de acesso a uma creche.
A pesquisa contou com a participação de todos os 5.569 municípios e do Distrito Federal, sendo realizado entre junho e agosto deste ano.