Pelo menos 170 pessoas morreram e mais de 200 mil estão deslocadas após semanas de inundações na Nigéria, declarou um porta-voz da agência de gestão de desastres do país à CNN nesta terça-feira (27).
O norte da Nigéria foi o mais atingido pelas inundações, de acordo com Manzo Ezekiel, que fala em nome da Autoridade Nacional de Gestão de Emergências (NEMA, da sigla em inglês).
Ele acrescentou que outras partes do país continuam em risco devido às fortes chuvas e ao aumento do nível das águas dos dois maiores rios da região – o Niger e o Benue.
“As enchentes na Nigéria geralmente acontecem no lado norte antes de se deslocar para as partes do centro e sul… porque a água flui para baixo”, disse Ezekiel sobre o padrão local. “Nos próximos dias, as partes centrais enfrentarão inundações semelhantes, e até mesmo as partes do sul”.
Embora partes da Nigéria sejam propensas a inundações durante a estação chuvosa, Ezekiel disse que as cheias deste ano foram relatadas em áreas onde anteriormente eram raras.
“Alguns locais que anteriormente não eram conhecidos por serem propensos a inundações, estão sofrendo com as enchentes desta vez devido às alterações climáticas”, compartilhou ele à CNN.
Os ambientalistas atribuem, em parte, as inundações anuais do país às más infraestruturas de drenagem.
Mais de 600 pessoas morreram em inundações em todo o país em 2022, as piores registradas no país da África Ocidental em mais de uma década.
As autoridades atribuíram a situação às chuvas acima da média e ao transbordamento da barragem de Lagdo, no Camarões.
Na semana passada, a NIHSA alertou que “esperava-se que” as águas das cheias dos vizinhos Niger e Mali “se deslocassem gradualmente para a Nigéria”, ao mesmo tempo que pedia aos estados localizados ao longo do Rio Niger ficarem em alerta.
A agência meteorológica do país, NIMET, também alertou para o risco de inundações repentinas em todo o país.
As recentes inundações deixaram quase 2 mil pessoas feridas e destruíram mais de mil quilômetros quadrados de terras agrícolas, de acordo com os últimos dados da agência de gestão de desastres compartilhados com a CNN.