A integração entre os setores público e privado foi fundamental para conter as queimadas que atingiram o interior do Brasil na última semana, segundo Caio Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio.
Em entrevista ao WW, o especialista destacou a importância da cooperação na resolução do problema. Carvalho enfatizou a criação de um gabinete de crise, que reuniu esforços do governo e da iniciativa privada.
“Foi a montagem de um gabinete com a palavra mágica que é integração, que é a palavra que mais falta no Brasil. Uma integração público-privada”, afirmou.
O setor canavieiro desempenhou um papel crucial nessa operação, disponibilizando recursos significativos para o combate aos incêndios.
“O setor todo canaveiro colocou os seus 1.500 caminhões-pipa, 10 mil brigadeiros, aeronaves”, revelou Carvalho, demonstrando a magnitude da mobilização.
Ação governamental e resultados positivos
O governo estadual também teve participação ativa, convocando o Exército e ativando os Planos de Auxílio Mútuo (PAMs) nos municípios afetados.
Essa sinergia entre as forças públicas e privadas resultou em uma resposta rápida e eficaz à crise.
Carvalho observou que os resultados positivos já são visíveis: “Hoje já está tudo mais acalmado, quer dizer, por ações efetivas e integradas público-privada”.
No entanto, o especialista ressaltou que ainda há uma “falta enorme de coordenação no país” em situações similares.
Agronegócio e os desafios climáticos
Quando questionado sobre o papel do agronegócio diante dos extremos climáticos, Carvalho reconheceu que o setor é tanto vítima quanto parte do problema.
Ele destacou os eventos climáticos recentes que afetaram diferentes regiões do país: “As chuvas demasiado no sul, a seca demasiado no centro-oeste, que de alguma forma tem a ver com essa lógica de La Niña ao El Niño da questão climática global”.
O presidente da associação também apontou a vulnerabilidade do agronegócio às mudanças climáticas, descrevendo-o como uma “indústria a céu aberto”.
Carvalho enfatizou que o clima representa o principal risco para o setor, especialmente em um país onde o seguro rural ainda é incipiente.
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