O ex-presidente Donald Trump visitou uma cidade do Michigan nesta terça-feira (20) um mês após uma manifestação de supremacistas brancos, renovando as críticas de democratas que acusam a sua campanha de incentivar tensões raciais para tentar tirar ganhos políticos.
A equipe de campanha de Trump divulgou comentários preparados que indicavam que ele atacaria o histórico da rival democrata Kamala Harris na justiça criminal no seu discurso no gabinete do xerife do condado de Livingston, em Howell, cidade de 10 mil pessoas no noroeste de Detroit.
Um porta-voz da campanha de Trump rejeitou a crítica sobre a escolha do local do evento, garantindo que Trump falaria contra “qualquer tipo de ódio”. O presidente Joe Biden visitou Howell em 2021.
A escala é apenas uma de várias que Trump faz nesta semana enquanto os democratas realizam a sua convenção nacional em Chicago para formalizar a escolha da vice-presidente Kamala Harris como a candidata para a eleição de 5 de novembro.
O evento em Howell atraiu particular atenção por conta da relação da cidade com a Ku Klux Klan. Ela tem ligação histórica com a KKK: nos anos 1970s, o grande dragão Robert Miles tinha uma caixa postal em Howell e realizava reuniões em uma fazenda próxima.
Dezenas de supremacistas brancos gritaram “Heil Hitler” e carregaram cartazes com dizeres “Vidas Brancas Importam” durante uma marcha no centro de Howell no último mês. De acordo com a mídia local, um grupo de manifestantes gritou: “Amamos Hitler, amamos Trump”, de um viaduto na saída da cidade.
A campanha de Kamala criticou Trump por planejar o evento em Howell e por se negar a condenar “a clara demonstração de racismo e antisemitismo praticada em seu nome”. Em entrevista para a Reuters depois de comício na Pensilvânia na segunda-feira, Trump não respondeu diretamente à crítica.