O analista de Internacional Lourival Sant’Anna criticou durante o CNN Prime Time a proposta do presidente Lula (PT) de realizar um segundo turno na Venezuela, destacando o cenário de repressão política no país.
Sant’Anna argumentou que as ordens de prisão contra os opositores de Nicolás Maduro evidenciam o absurdo da sugestão.
“Como realizar novas eleições num país onde o destino dos opositores é a prisão?”, questionou o analista.
O especialista apontou dois erros fundamentais na declaração de Lula sobre o processo eleitoral venezuelano: o primeiro é que Lula afirmou que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não havia se pronunciado sobre o resultado, quando na realidade o órgão já havia declarado uma vitória fraudulenta para Maduro na mesma noite da eleição; o segundo erro foi mencionar que o CNE tinha representantes da oposição, o que também não é verdade.
Sant’Anna explicou que o regime demitiu os dois integrantes independentes do conselho no ano passado, substituindo-os por chavistas.
Riscos para a oposição
O analista alertou sobre os perigos enfrentados pelos líderes opositores na Venezuela. Maria Corina Machado, por exemplo, enfrenta acusações de terrorismo e está foragida, correndo o risco de prisão caso apareça publicamente.
Sant’Anna lembrou que há mais de 20 anos os líderes de oposição venezuelanos são forçados a deixar o país ou se calar. Citou os casos de Leopoldo López e Juan Guaidó, exilados, e Henrique Capriles, em uma espécie de prisão domiciliar.
Diante desse cenário de repressão e controle total da mídia pelo regime chavista, o analista questiona a viabilidade e a legitimidade de um novo processo eleitoral na Venezuela, ressaltando o absurdo da proposta em um país onde a oposição enfrenta perseguição sistemática.
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