O ministro da Segurança de Israel, Itamar Ben-Gvir, disse nesta terça-feira (13), que os judeus deveriam ter permissão para orar no complexo da mesquita de Al-Aqsa, conhecida pelos judeus como Monte do Templo.
O pedido é visto como um novo desafio às regras de um dos locais mais sensíveis do Oriente Médio.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, negou rapidamente que haverá qualquer mudança nas regras que proíbem os judeus de rezar no local, sagrado tanto para muçulmanos quanto para judeus.
Ele emitiu ainda uma repreensão a Ben-Gvir, chefe de um dos partidos religiosos nacionalistas da coalizão governista.
“Não há política particular de nenhum ministro sobre o Monte do Templo — nem do ministro da Segurança Nacional, nem de qualquer outro ministro”, disse o gabinete de Netanyahu em um comunicado.
Essa foi a segunda vez que Netanyahu entrou em conflito com um de seus ministros, depois de uma forte repreensão emitida ao ministro da Defesa, Yoav Gallant, sobre os objetivos da guerra de Gaza.
Os comentários de Ben-Gvir ocorrem em um momento especialmente delicado com a guerra em Gaza correndo o risco de se transformar em um conflito mais amplo, que pode atrair o Irã e seus representantes regionais.
O complexo de Al-Aqsa, reverenciado pelos judeus como um vestígio de seus dois antigos templos, é administrado por uma fundação religiosa jordaniana e, de acordo com regras que datam de décadas atrás, os judeus têm permissão para visitá-lo, mas não podem rezar nele.
“Nossa política é permitir a oração”, disse Ben-Gvir ao passar por uma fila de visitantes judeus que se prostravam no chão, enquanto outros cantavam e batiam palmas em comemoração. A Waqf, a fundação que administra o local, disse que cerca de 2.250 judeus entraram no local nesta terça-feira.
O porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas denunciou a visita de Ben-Gvir como uma “provocação” e pediu aos Estados Unidos que intervenham “se quiserem evitar que a região exploda de forma incontrolável”.
O Departamento de Estado dos EUA disse que Washington está firmemente comprometido com o status quo dos acordos nos locais sagrados de Jerusalém e que qualquer ação unilateral seria inaceitável.
Ben-Gvir entrou em confronto repetidas vezes com outros ministros por causa de seus pedidos para permitir a oração no complexo, o que ajudou a desencadear repetidos conflitos com palestinos ao longo dos anos, incluindo uma guerra de 10 dias com o Hamas em 2021.
Moshe Gafni, chefe do Judaísmo Unido da Torá, um dos partidos religiosos do governo, criticou a visita de Ben-Gvir ao complexo, que muitos judeus ortodoxos acreditam ser um lugar sagrado demais para os judeus entrarem.
“O dano que isso causa ao povo judeu é insuportável, e também causa ódio infundado no dia da destruição do Templo”, disse, em um comunicado.