Em entrevista à CNN, o piloto Rafael Santos esclareceu as principais diferenças entre aeronaves Boeing e ATR, após o acidente ocorrido em Vinhedo, interior de São Paulo, nesta sexta-feira (9). Ele ressaltou que, apesar das diferenças, ambos os tipos de aeronaves são projetados para voar com segurança.
Sistemas de proteção contra gelo
Uma das principais distinções apontadas pelo piloto está no sistema de proteção contra gelo. O Boeing, modelo que ele opera, possui um sistema anti-gelo que impede a formação de gelo nas asas. Por outro lado, o ATR utiliza um sistema de degelo, que remove o gelo já formado por meio de uma “tira de borracha” que infla e quebra o material acumulado.
Esta diferença está relacionada às altitudes de operação de cada aeronave. Santos explicou: “Esse tipo de sistema funciona em aviões que voam antes dos mais baixos, mais ou menos entre 3 mil a 5, 6 mil metros”.
Segurança do ATR
Apesar das diferenças, Santos enfatizou que o ATR é um modelo seguro e certificado para voar em condições de gelo. “O ATR tem asa alta, o que também facilita a formação de gelo, porém o avião é certificado para voar nesta condição, operando na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá. Então, esse modelo é utilizado com segurança em condições mais adversas do que o Brasil”, afirmou o piloto.
Santos também mencionou que o ATR possui sistemas de detecção de gelo que alertam o piloto sobre a necessidade de acionar o sistema de degelo. No entanto, ele ressaltou que, em condições de “gelo severo”, a orientação para qualquer tipo de aeronave é sair o mais rápido possível da situação, geralmente descendo para altitudes mais baixas, onde o ar é mais quente.
O piloto concluiu sua explicação levantando questões sobre o acidente em Vinhedo: “O que levou o avião a entrar em parafuso chato e o que impediu os pilotos de saírem em tempo suficiente dessa situação serão o foco das investigações nos próximos dias.”
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