Na véspera de Natal de 2024, uma confraternização familiar na cidade de Torres, no Rio Grande do Sul, terminou em tragédia após cinco pessoas passarem mal depois de comerem um bolo. Duas mulheres morreram na mesma noite e uma terceira vítima foi confirmada horas depois.
A Polícia Civil investiga o caso e trabalha com a hipótese de envenenamento de quatro mulheres e uma criança, mas a intoxicação alimentar também não está descartada. O bolo foi feito em uma casa em Arroio do Sal (RS) e consumido em um apartamento em Torres (RS).
Três pessoas morreram após ingerir o bolo, sendo elas uma sobrinha da responsável pelo preparo, Zeli dos Anjos, de 60 anos, e duas irmãs dela. Zeli e um sobrinho-neto de 10 anos também consumiram o bolo e foram internados.
O menino chegou a ser internado na UTI, mas já recebeu alta da unidade intensiva e está em observação na ala pediátrica do hospital, com quadro regular. Zeli segue internada em estado estável na UTI do Hospital Senhora dos Navegantes.
Suspeita, prisão e investigação
A investigação aponta que Deise Moura dos Anjos, nora da responsável pelo preparo do bolo, é a principal suspeita do crime. De acordo com a polícia, Deise tinha desavenças com a família há mais de duas décadas.
Uma parente da família envenenada, ao consumir um bolo com arsênio, foi presa nesse domingo (5), por triplo homicídio duplamente qualificado e uma tripla tentativa de homicídio duplamente. A nora de Zeli é a principal suspeita. A polícia alega que Zeli está em estado de choque na UTI.
Durante a perícia na residência onde o bolo foi consumido, a Polícia Civil encontrou diversos alimentos vencidos. Amostras desses produtos e materiais biológicos das vítimas foram encaminhadas para análise no Centro de Informações Toxicológicas (CIT), em Porto Alegre. Os corpos das vítimas fatais passaram por necropsia no Instituto-Geral de Perícias (IGP).
A Polícia Civil aguardou o resultado das análises toxicológicas para identificar a substância responsável pelas mortes e apurar se houve negligência na manipulação dos alimentos.
Resultado perícia
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul confirmou que o veneno utilizado para contaminar o bolo que resultou na morte de três pessoas em Torres (RS) foi misturado na farinha utilizada no preparo. A informação foi divulgada após a análise pericial, que encontrou altas quantidades de arsênio nas amostras de urina e estômago das vítimas fatais.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul confirmou que o veneno utilizado para contaminar o bolo que resultou na morte de três pessoas em Torres foi misturado na farinha utilizada no preparo. A informação foi divulgada após a análise pericial, que encontrou altas quantidades de arsênio nas amostras de urina e estômago das vítimas fatais.
Das 89 amostras analisadas, uma amostra de farinha apresentou alta concentração de arsênio, levando a polícia a concluir que a farinha foi a fonte de contaminação do bolo. Sete pessoas participaram da confraternização, sendo que seis delas comeram o bolo.
A polícia ainda investiga como o arsênio foi parar na farinha e quem era o alvo da suspeita.
A CNN buscou a defesa de Deise para um posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno até o momento.
*Com informações de João Scavacinda, Rafael Saldanha, Júlia Farias e Juliana Bernardino