Soldados ucranianos que lutam na região de Kharkiv expressaram na sexta-feira (3) esperanças de que o “bom senso” do presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump prevaleça e que o país continue apoiando a luta da Ucrânia contra a Rússia.
“Devemos detê-los agora e aqui, durante esta fase ‘quente’ da guerra. Se não os detivermos, acho que os países europeus também não os deterão [os russos]”, disse ‘Mozart’, 39, que está no exército desde 2014.
Foi a primeira missão de combate para um soldado mobilizado de 43 anos de Kharkiv que usa o indicativo de chamada ‘Humi’. Seu comandante cobriu o rosto de Humi com pó de obuses vazios como parte do rito de iniciação.
Humi, cuja família retornou a Kharkiv depois de ficar em Israel por dois anos, disse que era vital que as forças russas não tivessem permissão para controlar mais terras ucranianas, dizendo que seria muito difícil expulsá-las uma vez que estivessem entrincheiradas.
Ao longo de sua campanha para retomar a Casa Branca, Trump afirmava ter uma solução para acabar com o conflito em questão num dia só.
Em declarações e aproximações após sua reeleição, o republicano apontou discordar “veementemente” do uso de armas dos EUA para ataques na Rússia. Além disso, um plano defendido pelo próximo presidente norte-americano prevê concessões territoriais por parte da Ucrânia a Moscou.
No começo de dezembro, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se reuniu com Trump e o presidente da França, Emmanuel Macron, em Paris. O desejo do ucraniano é trabalhar diretamente com o norte-americano para acabar com a guerra.
“Trump pode ser decisivo. Para nós, isso é o mais importante. As qualidades dele estão de fato lá. Ele pode ser decisivo nessa guerra. Ele é capaz de parar Putin ou, para ser mais justo, nos ajudar a parar Putin. Ele é capaz de fazer isso”, disse Zelensky nesta quinta-feira (2).
O presidente eleito dos EUA busca tratar o assunto não só com Kiev, mas também conversar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.