O ex-candidato à presidência da Venezuela, Edmundo González, chega a Buenos Aires nesta sexta-feira (3) para se reunir na manhã de sábado (4) com o presidente da Argentina, Javier Milei.
“Começa nossa viagem pela América Latina. Primeira parada: Argentina”, escreveu o opositor na rede social X nesta quinta (2).
A viagem, confirmada por fontes venezuelanas e argentinas à CNN, ocorre simultaneamente à publicação, pelo chavismo, de um anúncio que oferece uma recompensa de 100 mil dólares por informações do paradeiro do opositor.
Em publicação em redes sociais, o Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas da Venezuela (CICPC), uma das forças policiais venezuelanas, oferece o montante, afirmando que toda pessoa que conheça seu paradeiro deve apresentá-lo ao Ministério Público do país.
Segundo o CICPC, González é procurado pelos crimes de conspiração, cumplicidade para atos violentos contra a República, usurpação de funções, forjamento de documentos, legitimação de capitais, desconhecimento das instituições do Estado, instigação à desobediência de leis.
Esta é a primeira viagem para a América do Sul desde que o opositor se exilou na Espanha em setembro. Ele teve um mandado de prisão expedido contra ele na Venezuela pela publicação de um site com atas eleitorais que sua campanha afirma ter recebido de seus fiscais partidários, e que daria a vitória para a oposição.
O poder eleitoral do país e o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela firmam que o presidente chavista foi o vencedor do pleito, realizado em 28 de julho, mas até hoje as atas eleitorais com os resultados detalhados da votação não foram publicados.
Maduro, que está no poder desde 2013, afirma que tomará posse para seu terceiro mandato em 10 de janeiro. A oposição, no entanto, afirma que será González quem assumirá o poder.
Após a confirmação da vinda de González, a oposição convocou a comunidade venezuelana em Buenos Aires para participar de uma mobilização diante da Casa Rosada, sede da presidência argentina, para receber o ex-candidato.
Milei qualifica o governo chavista de “ditadura” e teve seus diplomatas expulsos da Venezuela após declarações questionando o processo eleitoral do país. Desde então, o Brasil assumiu a representação da embaixada argentina em Caracas e dos interesses do país em território venezuelano.
Recentemente, um suboficial da Gendarmeria – uma das forças de segurança da Argentina, foi preso na Venezuela. O governo Milei afirmou que o agente foi sequestrado pelo chavismo, que afirma que o policial teria ido ao país para cumprir uma “missão” contra o governo.
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