A Autoridade Palestina (AP) suspendeu temporariamente as operações e transmissões da emissora Al Jazeera, do Catar, em seu território. Segundo a agência palestina de notícias WAFA, a AP citou a disseminação de “material incitante” por parte da emissora como justificativa.
Ainda segundo a agência, os ministros da Cultura, do Interior e das Comunicações da Palestina tomaram a decisão de forma conjunta, porque o material divulgado pela Al Jazeera foi considerado “enganoso e motivador de conflitos”, mais detalhes sobre a decisão não foram divulgados.
Embora a ordem tenha caráter temporário, uma data final para a suspensão não foi especificada.
A Autoridade Palestina já havia criticado a Al Jazeera na última semana em função da cobertura feita pela emissora sobre o impasse entre as forças de segurança palestinas e militantes armados em Jenin, terceira maior cidade da Cisjordânia.
A Al Jazeera reagiu à decisão da quarta-feira (1º) e, em comunicado, denunciou a ordem como “uma tentativa de desencorajar a emissora a reportar acontecimentos preocupantes nos territórios ocupados”.
A rede também pediu à AP que a decisão seja revogada e que os jornalistas sejam autorizados a reportar os acontecimentos na Cisjordânia de forma livre e sem intimidação.
Não há expectativa de que a ordem seja implementada em Gaza, território controlado pelo grupo Hamas, no qual a Autoridade Palestina não exerce poder.
A Al Jazeera também já foi alvo de ações do governo israelense. Em setembro de 2024, forças militares de Israel invadiram e ordenaram o fechamento de um escritório da emissora na cidade de Ramallah, na Cisjordânia.
Meses antes, em maio, uma ordem foi emitida para barrar as operações e transmissões do canal em Israel, que afirmou que a Al Jazeera representava uma ameaça à segurança do país. Posteriormente, uma corte manteve o banimento.