Vários países se ofereceram para sediar conversas entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo o assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, nesta segunda-feira (23).
Entretanto, Ushakov não especificou quais nações gostariam de sediar o possível encontro.
Trump disse que quer acabar rapidamente com a guerra na Ucrânia, embora ainda não tenha divulgado publicamente como planeja fazer isso.
Putin, por sua vez, afirmou na quinta-feira (19) que está pronto para chegar a um acordo sobre a Ucrânia em possíveis conversas com Trump, mas que não há condições para início de conversas com as autoridades ucranianas.
Ainda assim, o chefe de Estado ponderou que qualquer conversa deve tomar como ponto de partida um acordo preliminar alcançado entre negociadores russos e ucranianos nas primeiras semanas da guerra em conversas em Istambul, que nunca foi implementado.
Muitos políticos ucranianos consideram esse rascunho de acordo semelhante a uma capitulação que teria neutralizado as ambições militares e políticas da Ucrânia e dizem que não acreditam que Putin esteja pronto para fechar um acordo que também seja aceitável para Kiev.
Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.
Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.