O procurador-geral venezuelano Tarek Saab disse que mais 200 pessoas presas por protestos eleitorais serão soltas, a mais recente de uma série de solturas de prisioneiros.
Na segunda-feira (16), Saab disse que 533 pessoas no total haviam sido soltas. Mais de 2 mil pessoas foram presas por participar de protestos após a contestada disputa presidencial no país.
Grupos de direitos humanos disseram que só conseguiram verificar algumas das libertações e que pelo menos três manifestantes morreram sob custódia.
Autoridades eleitorais e a Suprema Corte do país disseram que o presidente Nicolás Maduro ganhou um terceiro mandato, mas a oposição do país divulgou contagens de urnas que, segundo ela, mostram uma vitória para seu candidato, Edmundo Gonzáles.
Entenda a crise na Venezuela
A oposição venezuelana e a maioria da comunidade internacional não reconhecem os resultados oficiais das eleições presidenciais de 28 de julho, anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que dão vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos.
Os resultados do CNE nunca foram corroborados com a divulgação das atas eleitorais que detalham a quantidade de votos por mesa de votação.
A oposição, por sua vez, publicou as atas que diz ter recebido dos seus fiscais partidários e que dariam a vitória por quase 70% dos votos para o ex-diplomata Edmundo González, aliado de María Corina Machado, líder opositora que foi impedida de se candidatar.
O chavismo afirma que 80% dos documentos divulgados pela oposição são falsificados. Os aliados de Maduro, no entanto, não mostram nenhuma ata eleitoral.
O Ministério Público da Venezuela, por sua vez, iniciou uma investigação contra González pela publicação das atas, alegando usurpação de funções do poder eleitoral.
O opositor foi intimado três vezes a prestar depoimento sobre a publicação das atas e acabou se asilando na Espanha no início de setembro, após ter um mandado de prisão emitido contra ele.
Diversos opositores foram presos desde o início do processo eleitoral na Venezuela. Somente depois do pleito de 28 de julho, pelo menos 2.400 pessoas foram presas e 24 morreram, segundo organizações de Direitos Humanos.
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