O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, receberá o candidato eleito, Donald Trump, na Casa Branca nesta quarta-feira (13) para uma reunião sobre a transição administrações.
O encontro acontece apesar da equipe de Trump ainda não ter assinado os documentos para iniciar o processo de transferência.
Biden, que inicialmente concorreu contra Trump na eleição de 2024, antes de se afastar e endossar a vice-presidente Kamala Harris como a indicada democrata, receberá o futuro presidente no Salão Oval.
Uma cortesia tradicional entre governantes que estão saindo, mas Trump, um republicano, não estendeu a Biden em 2020, quando ele venceu.
“O presidente acredita nas normas e em nossa instituição, acredita também em uma transferência pacífica de poder”, disse a porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre aos repórteres na terça-feira (12), sobre a decisão de Biden de convidar Trump. “Essa é a norma, é o que deve acontecer.”
O presidente eleito, Donald Trump, discursará para os republicanos e se reunirá com o presidente da Câmara dos Representantes de Washington, Mike Johnson, pela manhã, assim que sair, o fórum continuará até a hora do almoço. A reunião com Biden deve ocorrer às 13h (horário de Brasília).
Elon Musk deve se juntar a Trump na reunião da conferência do Partido Republicano na Câmara nesta quarta-feira, de acordo com uma fonte.
Biden e Trump se criticam duramente há anos, e suas respectivas equipes têm posições muito diferentes sobre políticas, desde mudanças climáticas até Rússia e comércio.
O democrata retratou Trump como uma ameaça à democracia, enquanto o republicano coloca Biden como incompetente. O presidente eleito, fez falsas alegações de fraude generalizada na eleição de 2020.
Transição paralisada
Embora Biden pretenda usar a reunião para mostrar continuidade, a transição em si está parcialmente paralisada.
A equipe de Trump, que já anunciou alguns membros do novo gabinete presidencial, ainda precisa assinar acordos que darão acesso a espaços para escritórios e equipamentos governamentais, bem como acesso a funcionários, instalações e informações do governo, conforme a Casa Branca.
“Os advogados de transição Trump-Vance continuam a se envolver construtivamente com os advogados da Administração Biden-Harris em relação a todos os acordos contemplados pelo Ato de Transição Presidencial”, informou Brian Vance, um porta-voz da transição Trump, referindo-se à lei que rege a transferência de poder.
Valerie Smith Boyd, diretora do Centro de Transição Presidencial da Partnership for Public Service, uma organização sem fins lucrativos que aconselha as administrações que ingressam, disse que o acordo ressalta que os Estados Unidos têm apenas um presidente por vez e inclui promessas de assinar pactos de ética para não lucrar com as informações fornecidas na transição.
“Isso precisa ser assinado para que a interação comece com as agências federais”, disse ela. “Tudo depende disso.”
Reuniões com agências federais à parte, Biden e Trump provavelmente discutirão uma miríade de tópicos, incluindo política externa.
O presidente cessante pode pedir a Trump que apoie a Ucrânia em sua guerra com a Rússia. O apoio dos EUA a Kiev está em questão após a vitória do republicano sobre Kamala na semana passada, e o presidente eleito prometeu acabar com a guerra rapidamente sem explicar como.
Jean-Pierre se recusou a delinear pontos de discussão entre os dois homens antes de sua reunião.
A reunião será a primeira desde o debate dos dois homens em junho.
O fraco desempenho de Biden então aumentou as preocupações sobre sua idade entre os colegas democratas e levou à sua saída da corrida. Kamala se tornou a indicada democrata, conduzindo uma campanha truncada que terminou em sua derrota.
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