A violência política no Brasil resultou em 76 assassinados em 2024, segundo levantamento do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/Unirio).
O estudo aponta para uma tendência de crescimento expressivo nas ocorrências, com o segundo e terceiro trimestre apresentando aumento significativo em comparação com o primeiro.
No período observado pela pesquisa da Unirio, 525 casos de violência contra lideranças políticas ou familiares foram registrados.
O número é mais que o triplo do mesmo período de 2020, quando foram contabilizados 168 casos de violência política. Em 2022 foram 174 casos. Nesses dois anos a conta foi até o dia 30 de setembro.
Primeiro trimestre
No primeiro trimestre, de janeiro a março, foram registrados 59 casos de violência política, com a Bahia liderando as ocorrências (8), seguida por Pernambuco (7) e Minas Gerais (5).
As ameaças e agressões foram os tipos mais frequentes de violência, cada um respondendo por 25,4% dos casos.
Entre os episódios, 18 foram homicídios, vitimando principalmente lideranças políticas e alguns de seus familiares.
O levantamento também registrou a violência contra pré-candidatos municipais, incluindo quatro pré-candidatos a vereador e dois a prefeito.
Segundo trimestre
Entre abril e junho, o número de episódios de violência política mais que dobrou, com 128 casos.
O Sudeste se destacou como a região com mais registros (47), com São Paulo à frente (21 casos), seguido por Bahia e Rio de Janeiro, ambos com 15.
Esse período também teve 25 homicídios e 33 casos de violência envolvendo pré-candidatos a cargos municipais.
Os partidos mais atingidos foram o PL, com 15 registros, seguido pelo PSB e PP, com 11 casos cada.
Terceiro trimestre
O terceiro trimestre (julho a setembro) registrou 338 episódios de violência política, com a violência física sendo a modalidade mais comum, com 179 episódios, incluindo 33 homicídios consumados.
São Paulo e Rio de Janeiro permaneceram no topo, com 58 e 47 casos, respectivamente.
Lideranças políticas locais que concorrem nas eleições municipais foram as principais vítimas, com 267 ocorrências, das quais 38 eram pré-candidatos e 225, candidatos.
Entre os partidos mais impactados estão o União Brasil, com 41 registros, seguido pelo PT (39) e MDB (37).