Alvo de uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira, o deputado Gustavo Gayer, do PL de Goiás, é apontado como “autor intelectual” de um esquema de desvio de verbas parlamentares e a falsificação de documentos para a criação de organização da sociedade civil.
Ele era, segundo a Procuradoria Geral da República e o Supremo, responsável por direcionar e autorizar as atividades dos demais integrantes do grupo. “Era Gayer quem direcionava seus assessores na organização de seus empreendimentos privados mantidos com recursos públicos”, destacou Alexandre de Moraes na decisão.
Logo cedo, foram 18 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. Pelas redes sociais, o deputado negou envolvimento com o esquema e atribuiu a ação à proximidade com as eleições. Ele não é candidato, mas apoia um dos concorrentes à prefeitura de Goiânia.
Segundo a PGR, o grupo teria feito simulações contratuais para isso. Foram encontradas evidências de, ao menos, duas falsificações de documentos. Entre elas, uma ata de reunião para a constituição dessa Organização da Sociedade Civil, com data retroativa ao ano de 2003. Quadro social à época que seria formado por crianças de 1 a 9 anos. “Inconsistências indicativas do crime de falsidade ideológica”, de acordo com a decisão da PGR.
A Polícia Federal fala em “expedientes fraudulentos, consistentes falsificações de documentos e empenho de custos empresariais à conta pública”. Até o momento, a Câmara não se pronunciou sobre o assunto.
Lembrando que o deputado Gustavo Gayer coleciona polêmicas. No ano passado foi denunciado pela Procuradoria Geral da República por injuria contra o presidente Lula e racismo contra o então ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida. Declarações feitas durante um podcast. Depois, foi condenado pela Justiça do Trabalho de Goiás, mas, dessa vez, ao pagamento de 80 mil reais por assédio eleitoral (por ter promovido propaganda eleitoral irregular).
*matéria atualizada às 12h45 de 25/10 para a inclusão de informações