Um dos pacientes infectados com HIV após passar por um transplante de órgão precisou ser internado no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ).
A Secretaria informou que foi acionada pela linha de emergência exclusiva para os pacientes transplantados que receberam os órgãos infectados com o vírus. A pasta foi contatada neste domingo (20).
Após o atendimento, o homem foi encaminhado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz, onde foi internado.
A SES-RJ não informou qual é o estado de saúde do paciente.
O protocolo determinado para o caso inclui um acompanhamento laboratorial e psicológico para o paciente e seus familiares no Hospital Universitário Pedro Ernesto, na zona norte da capital.
Um conjunto de especialistas está à disposição dos médicos para discussões e acompanhamento técnico.
Relembre o caso
Seis pacientes contraíram o vírus HIV após passarem por transplantes de órgãos no Rio de Janeiro.
Segundo as investigações, dois doadores teriam feito exame de sangue no PCS Lab Saleme, localizado na Baixada Fluminense, e os resultados deram falso negativo.
Contratada pelo governo do Rio de Janeiro, o contrato firmado pela Fundação Saúde do RJ em dezembro de 2023 tinha duração de 12 meses, com valor total de R$ 11.479.459,07.
O acordo previa que a Patologia Clinica Doutor Saleme Ltda realizasse análises clínicas e de anatomia patológica.
A Polícia Civil do RJ afirma que os casos de infecção de pacientes com HIV após receberam órgãos transplantados, no Rio de Janeiro, foram causados por falha operacional, com objetivo de obter lucro.
Até o momento, cinco pessoas foram presas na Operação “Verum”. O sócio-proprietário do laboratório, Walter Vieira, e quatro funcionários da empresa: Cleber de Oliveira Santos, Ivanilson Fernandes dos Santos, Jacqueline Iris Bacellar de Assis e Adriana Vargas.
Adriana foi presa na segunda fase da operação na manhã deste domingo (20), em Belford Roxo (RJ). Ela é coordenadora técnica do PCS Saleme.
Na ação, a polícia também apreendeu uma máquina de teste de HIV da companhia. As investigações revelaram uma falha grave no controle de qualidade dos testes.
A situação não tem precedentes no Brasil. Apenas no Rio de Janeiro, 16 mil pessoas já passaram por transplantes desde 2006.
Além da polícia do Rio de Janeiro, a Polícia Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro instauraram inquéritos para investigar o caso.