Dois hambúrgueres, alface, queijo molho especial, cebola e picles, num pão com gergelim? “É o Big Hit”, dirão os russos hoje em dia, sem hesitar um segundo.
O sanduíche, idêntico em sabor e textura ao Big Mac, é o carro-chefe da rede de fast food Vkusno i Totchka — “Delicioso e Ponto Final”, em tradução livre.
“O nome não é muito bom”, opina Ivan, moscovita que se diz fã da nova rede, em uma loja nas proximidades da histórica Praça Vermelha. “Mas o resto é simplesmente igual”.
Mais de mil marcas ocidentais deixaram a Rússia depois das sanções aplicadas por causa da guerra na Ucrânia, segundo a Yale Management School.
Cartões de crédito internacionais de bandeira Visa ou Mastercard não funcionam mais aqui. Companhias aéreas americanas e europeias pararam de voar para cá. Acessar plataformas de streaming, como Netflix ou Prime, passou a ser possível apenas com o uso de VPN.
Os russos, no entanto, substituíram algumas marcas à semelhança do que existia anteriormente. É o caso do McDonald’s e da Coca-Cola, que encerraram suas operações no país.
O “Delicioso e Ponto Final” abriu em 2022, com filas na porta para sua inauguração, e basta entrar em uma loja para sentir o cheirinho tradicional dos hambúrgueres padronizados do McDonald’s.
Os nomes dos sanduíches, obviamente, mudaram. Mas tudo remete ao cardápio da rede americana — e quase todos os fornecedores russos foram mantidos. Buscou-se uma cópia praticamente perfeita. E é justo dizer: tornou-se uma cópia praticamente perfeita.
O magnata Alexander Govor, que detinha a franquia de 25 lojas do McDonald’s na Sibéria, assumiu a operação da nova rede em todo o território russo.
Em um ano, ele abriu 860 unidades do “Delicioso e Ponto Final” — boa parte nos mesmos locais — e serviu 500 milhões de clientes. Govor expôs planos, recentemente, de levar sua nova marca para a China.
Detalhe: os combos da lanchonete não vêm mais com Coca-Cola, que também deixou a Rússia, mas com a Dobry Cola.
O refrigerante foi lançado pela HBC AG, engarrafadora da Coca-Cola na terra de Vladimir Putin, que lançou sua substituta. A Dobry Cola virou líder de mercado em menos de dois anos. O sabor, conforme atestou a reportagem da CNN, é idêntico.
Nos supermercados, ainda pode-se encontrar garrafas e latas de Coca-Cola, importadas de países que rejeitam a aplicação de sanções, como China, Turquia e Irã.
A diferença está no preço. O novo refrigerante russo costuma ser mais barato do que a tradicional concorrente. E, bom, se o gosto é realmente igualzinho… por que não tentar?