Um trio foi preso em flagrante, na tarde desta segunda-feira (14), suspeito de ser responsável por um esquema de venda de medicação controlada – em especial, o Zolpiden, medicamento sedativo para tratamento de insônia – sem a receita médica necessária, no Distrito Federal.
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, a operação, conhecida como “Hypnos” (palavra de origem grega que significa “sono”), resultou na prisão dos três suspeitos, após a interceptação de uma carga de 450 comprimidos de Zolpiden, que era transportada por um motoboy de uma farmácia.
Nesse momento, a equipe policial foi até o local e prendeu o proprietário do estabelecimento, o farmacêutico técnico responsável e o balconista. Essa é considerada uma das maiores apreensões de medicação controlada da história do DF.
Investigações
A Polícia Civil iniciou a investigação após uma moradora da região registrar uma ocorrência em que alegava que sua filha precisou ser internada em São Paulo por vício no medicamento Zolpiden.
No quarto da filha, foram encontradas cerca de 180 caixas do medicamento, no entanto, os familiares não sabiam o que fazer com a quantidade de medicação controlada. Assim, os agentes passaram a monitorar a farmácia responsável pela venda da droga sem receita, quando interceptou a carga durante uma das entregas.
Além do Zolpidem, ao retornarem ao estabelecimento – conhecida por revender as medicações sem a apresentação de receita médica obrigatória -, os policiais também encontraram dezenas de caixas de medicações controladas expostas à venda, entre elas, havia embalagens de Ritalina, canabidiol, Alprazolam e Sibutramina.
Os criminosos foram indiciados por tráfico de drogas e podem ser condenados uma pena de cinco a 15 anos.
Segundo o delegado Eric Sallum, responsável pelo caso, mesmo depois da operação, a polícia recebeu relatos sobre diversas outras farmácias que estariam realizando o comércio dos medicamentos sem a necessidade de receita médica.
“Iremos mapeá-las e prender todos que busquem o lucro pelo incentivo ao vício alheio. Venda de medicação controlada sem a retenção de receita obrigatória se equivale ao tráfico de drogas, sendo uma conduta gravíssima”, ressaltou o delegado.
De acordo com a polícia, o uso constante do sedativo alcançou um status de “epidemia” no país, o que resultou em alertas entre especialistas sobre o uso do medicamento e até em uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que alterou os tipos de receita e as regras para prescrição e venda da droga em farmácias.
A polícia destaca que o Zolpiden possui capacidade viciante e pode produzir convulsões, caso a ingestão seja descontinuada repentinamente.
Além disso, o medicamento também pode causar ‘apagões’ de memórias e um efeito hipnótico, usado por criminosos em determinadas situações para dar o chamado “golpe do boa-noite cinderela”.
O delegado reforça que os familiares de usuários do medicamento devem ficar atentos sobre a compra e uso indiscriminado da droga e avisar à polícia caso percebam que os parentes a têm comprado sem acompanhamento médico e receitas.
*Sob supervisão de Bruno Laforé