A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra de sigilo de dados dos envolvidos nos casos de infecção por HIV em pacientes transplantados. A decisão do Tribunal de Justiça do estado é do último domingo (13).
Também no domingo (13), o Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF/RJ) afirmou que o laboratório responsável pelos testes de HIV, que resultaram em pacientes infectados com o vírus após serem transplantados, não possui registro como estabelecimento junto ao órgão.
No documento, a juíza Flavia Fernandes de Melo determinou o acesso aos telefones celulares, computadores e outros aparelhos eletrônicos dos indiciados no inquérito.
Além da quebra do sigilo telemático, a magistrada também determinou mandado de busca e apreensão nos endereços dos investigados.
Ao todo, seis pessoas foram infectadas com o vírus HIV após receberam órgãos transplantados, devido aos resultados de exames com “falsos-negativos” para sorologia de HIV apresentados pelo laboratório PCS Lab Saleme, que, segundo a polícia, visava obter lucro.
Segundo a polícia, houve uma decisão operacional na empresa contratada para fazer os testes, para que as checagens nos reagentes fossem alteradas, visando o aumento do lucro, em detrimento a segurança do processo. Isso teria prejudicado a segurança dos testes.
Ainda segundo a polícia, todos os mandados de prisão foram cumpridos.
O sócio principal do PCS Lab Saleme, Walter Vieira, e Ivanilson Fernandes, técnico de laboratório contratado para fazer a análise do material estão presos, e outras duas seguem foragidas.
A PCS Lab Saleme informou à CNN, em nota, que repudia a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório. Leia abaixo:
Em depoimento hoje à polícia, Walter Viera, um dos sócios do PCS Lab Saleme, afirmou que o resultado preliminar feito pela sindicância interna do laboratório aponta indícios de falha humana na transcrição dos resultados de dois testes de HIV.
A defesa dele e de Mateus Vieira repudia com veemência a insinuação de que existiria um esquema criminoso para forjar laudos no laboratório, que atua no mercado desde 1969. A defesa confia que, após os esclarecimentos prestados por Walter, a Justiça entenderá desnecessário mantê-lo preso.
Matheus apresentou-se de maneira voluntária e foi liberado. Ele assegurou às autoridades que irá depor quando sua defesa tiver acesso integral aos autos da investigação.
*Sob supervisão