O presidente da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, Flávio da Silva Santos, foi preso na manhã desta quarta-feira (9) em uma operação que investiga um grupo de extermínio no município do Rio de Janeiro.
O mandatário da verde e branco era alvo de um mandado de busca apreensão, mas acabou preso em flagrante após os agentes encontrarem uma pistola .40, de uso restrito, nas proximidades da casa dele. A suspeita é que ele tenha descartado a arma por causa da operação. A defesa nega.
Também foram apreendidos 26 celulares e R$ 31 mil em espécie.
Segundo as investigações do Ministério Público e da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o presidente da Mocidade é o braço direito do contraventor Rogério de Andrade, patrono da escola de samba. Ambos são suspeitos de integrarem um grupo investigado por crimes decorrentes da disputa pelo jogo do bicho.
A operação Fissão cumpre quatro mandados de prisão contra os ex-policiais militares Thiago Soares Andrade Silva, Anderson de Oliveira Reis Viana, Rodrigo de Oliveira Andrade de Souza e o PM Bruno Marques da Silva.
A ação é resultado de uma denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra as quatro pessoas, que são acusadas pelo homicídio qualificado de Fábio Romualdo Mendes. A denúncia aponta que o crime teria sido motivado por disputa por áreas dominadas por Rogério de Andrade.
Segundo o MP-RJ, o assassinato foi encomendado por um dos denunciados que estava preso na época. Fabio Mendes foi executado em setembro de 2021.
A polícia também cumpre dez mandados de busca e apreensão em diversos locais das cidades do Rio de Janeiro, Maricá, Petrópolis e Angra dos Reis.
Também são alvos o Presídio Constantino Cokotós, a Penitenciária Lemos Brito, a Unidade Prisional da Polícia Militar, o 39º BPM (Belford Roxo), o Hospital Central da PM e a Diretoria-Geral de Pessoal da PM.
As buscas são realizadas em endereços ligados a Rogério Costa de Andrade e Silva, Flávio da Silva Santos, ao policial militar Adriano da Rocha Muniz e a José William Fernandes de Assis, que seguem sendo investigados por possível envolvimento no homicídio.
Também são alvos de busca o policial militar da reserva Márcio Araújo de Souza, que é chefe da segurança de Rogério de Andrade, e os PMs Marcos Araújo de Souza e Ramon Malta Moreira, suspeitos de ocultar provas vinculadas ao assassinato.
A ação conta com o apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar. Em nota, a corporação informou que a Corregedoria instaurou um procedimento para acompanhar o caso e colabora integralmente com as ações desencadeadas.
A PM reforça que não compactua com desvios de conduta ou cometimento de crimes por parte de seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos.
A defesa de Flávio da Silva Santos afirmou que recebeu com surpresa o mandado de busca e apreensão e a prisão do presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel. Disse ainda que vai analisar os autos do processo e contestar as acusações na audiência de custódia.
O G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel ressaltou que não tem relação com eventuais investigações. A agremiação afirmou por meio de nota que segue focada nas atividades sociais com a comunidade e na preparação para o Carnaval 2025.
A CNN entrou em contato com a defesa de Rogério de Andrade e aguarda um retorno.