Um ano após o ataque do Hamas a Israel, familiares dos sequestrados pelo grupo islâmico tentam mobilizar autoridades mundo afora em busca da libertação dos reféns.
Inbal Zach, que está de passagem no Brasil, tenta pressionar políticos para que intervenham na crise e ajudem a trazer os capturados de volta para casa. Em conversa com a CNN, a israelense enfatizou a necessidade de uma ação conjunta e urgente para salvar as 101 pessoas que continuam sob poder do Hamas. “Não podemos ficar calados”, disse ela.
O grupo tem 84 homens e 13 mulheres. Um deles é Tal Shoham, 39 anos, primo de Inbal Zach, que foi levado do Kibutz Be’eri.
“Eu peguei algumas fotos e tentei fazer cartazes de “desaparecido” em todas as línguas: chines, japonês, alemão… Se alguém o viu. Foi muito viral, muitas pessoas compartilharam, mas infelizmente ninguém o viu. Depois, recebemos a mensagem de que ele foi capturado”, relatou à CNN, ao relembrar o momento em que soube do desaparecimento de Tal.
O conflito, que já deixou aproximadamente 42 mil mortos, ainda parece longe do fim. Sem soluções de paz e negociações inacabadas, a escalada da violência continua no Oriente Médio.
Há um ano, 251 pessoas foram sequestradas pelo Hamas. Dessas, 154 foram libertas. Um ano depois, 97 seguem em cativeiro, e outras quatro são reféns do grupo islâmico desde 2014. Das 101 pessoas, pelo menos 36 reféns não estão mais vivos. Há pelo menos duas crianças menores de 5 anos entre eles.
Sem avanços nas negociações pela libertação dos capturados, familiares apelam para o diálogo com os demais países. “Eu espero que os políticos possam colocar pressão no Catar, no Egito, na Turquia. Eu não sei quais políticos, mas acredito que todos podem fazer algo. Acredito que todos precisam saber sobre os reféns que ainda estão lá, sobre o pequeno bebê, e claro, sobre meu primo Tal, sobre as meninas de 19 anos, sobre as pessoas que estão sobrevivendo sem seus remédios, comida, óculos, água. Não podemos ficar calados”, alertou Inbal.
Sete familiares de Inbal foram sequestrados em 2023. Seis deles foram libertados do cativeiro após quase 2 meses. Três membros da família de Inbal foram assassinados nos ataques terroristas.
A esposa de Tal, Adi, seus dois filhos pequenos e sua sogra, Shosham Haran, também foram capturados. Eles foram libertados ainda em novembro de 2023. Inbal as reencontrou na ocasião. “Eu disse “bem-vinda” e perguntei se poderia continuar lutando. Ela disse que eu deveria, com todo meu poder, fazer tudo o que eu pudesse”, relembra.