O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou os donos de um restaurante e uma funcionária pela morte de uma jovem indígena de 26 anos, em Rio Grande (RS). Ela morreu após sofrer queimaduras graves durante uma comemoração de formatura.
A jovem Jaqueline Tedesco teve 30% do corpo queimado no dia 9 de março de 2024, enquanto comemorava com familiares e amigos, em um restaurante. O acidente ocorreu com as chamas de um aparelho de fundue.
O MPRS denunciou os donos do estabelecimento comercial, um homem de 38 anos e uma mulher de 36 anos de idade, por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Os dois também responderão por duas lesões corporais de familiares da vítima. A funcionária, de 19 anos, envolvida no acidente, também foi denunciada.
O MPRS solicitou a suspensão imediata das atividades do restaurante até que sejam realizadas as devidas adequações para garantir a segurança dos clientes. A decisão final caberá ao Poder Judiciário.
Relembre o caso
A jovem sofreu queimaduras de terceiro grau enquanto celebrava sua formatura em um restaurante em Rio Grande, no litoral gaúcho, a cerca de 320 quilômetros de Porto Alegre.
Jaqueline comemorava sua formação em direito pela Universidade Federal do Rio Grande. A jovem foi a primeira mulher indígena a ocupar a Coordenação Geral do DCE e é militante do Movimento Kizomba, que luta pelos direitos indígenas.
A morte da jovem que teve corpo queimado após acidente com fondue durante formatura foi causada por uma falha na reposição de álcool no equipamento. Segundo o MPRS, a funcionária do restaurante, sem treinamento adequado e supervisionamento, despejou álcool gel diretamente no rechaud, ignorando a presença de fogo e as normas de segurança.
A família da estudante afirmou que houve negligência e omissão de socorro por parte do estabelecimento e que a mãe e o namorado de Jaqueline, que também estavam no local no momento do acidente, não receberam nenhum apoio do restaurante.
Na época dos fatos, o restaurante Le Petit publicou em suas redes sociais um pronunciamento sobre o caso. O estabelecimento afirmou que prestou assistência à família de Jaqueline. A publicação, entretanto, foi apagada.