O cantor Gusttavo Lima e a advogada Deolane Bezerra são alvos da Operação Integration, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco. Nesta segunda-feira (23), a Justiça decretou a prisão preventiva do cantor, enquanto a influenciadora foi beneficiada com habeas corpus que determinou sua soltura da cadeia.
Entenda a investigação
A operação investiga um esquema de mais de R$ 3 bilhões. O pivô do inquérito é o CEO da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, investigado por usar a plataforma de apostas para lavar dinheiro oriundo do jogo do bicho, em Recife.
A partir da investigação da plataforma, empresas ligadas a ela passaram a entrar no radar da polícia e, consequentemente, nas investigações.
Segundo a polícia, mais de R$ 2 bilhões foram bloqueados dos investigados. Os investigadores revelaram que a operação iniciou em dezembro de 2022, após a apreensão de aproximadamente R$ 180 mil. Desde o início do mês, a operação já realizou 19 pedidos de prisão e 25 mandados de busca e apreensão.
Aquisição de bens ligam cantor e influenciadora com empresa investigada
O inquérito policial produzido aponta para transações milionárias entre uma empresa de Darwin Henrique, a HSF Entretenimento, e empresas de Gusttavo Lima. A Balada Eventos de Produções LTDA, do cantor, recebeu R$ 8 milhões da HSF em razão da compra de uma aeronave.
A influenciadora é investigada por adquirir uma Lamborghini de R$ 4 milhões da mesma empresa, através da Bezerra Publicidade, que pertence a Deolane Bezerra.
As investigações também apuram o recebimento de valores, por parte da influenciadora, da Esportes da Sorte, plataforma que pertence a Darwin Filho.
O cantor sertanejo comprou participação em casa de apostas, adquirindo uma participação de 25% na empresa “Vai de Bet”, apontada como operadora de jogos ilegais e que recentemente esteve no meio de outra polêmica, ao rescindir o contrato de patrocínio com o Corinthians.
A investigação e a decisão da juíza Andréa Calado da Cruz, apontam para participação de Gusttavo Lima na fuga de José André da Rocha Neto e Aislla Rocha, donos da J.M.J Participações LTDA, que partiram com o artista para Grécia. A empresa de José André e Aislla, adquiriu um helicóptero da HSF.
Pedido de prisão contra Gusttavo Lima
Além da prisão, a Justiça também determinou o indiciamento do cantor e a suspensão de seu passaporte. Na decisão da Justiça que solicita a prisão do cantor, à qual a CNN teve acesso, é apontado que ele não deve ter vantagens por ser uma pessoa famosa.
Embora seja figura pública, com mais de 45 milhões de seguidores nas redes sociais, a juíza do caso afirma em sua decisão dizendo que o Poder Judiciário “não se submete aos clamores populares nem se norteia pela opinião pública, pois sua função é aplicar a lei com imparcialidade e justiça”.
Dentre as acusações, o cantor teria ocultado R$ 9,7 milhões recebidos em dois depósitos de jogos ilegais da HSF Entretenimento Promoção de Eventos. Além disso, ele teria dado “guarida a foragidos” que são alvos da investigação, que está em segredo de Justiça.
A defesa de Gusttavo Lima protocolou um pedido de habeas corpus para tentar evitar a prisão do cantor. Na solicitação, seus advogados alegam constrangimento ilegal com o pedido de prisão. A justiça negou o pedido da defesa.
Liberdade para Deolane Bezerra e mais 15 pessoas
Após ordem judicial, a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra deixou a prisão no fim da manhã desta terça-feira (24). Ela estava na Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste de Pernambuco. A decisão pela soltura da influenciadora foi emitida na noite de segunda-feira (23).
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Influencer Deolane Bezerra foi presa em operação da polícia de Pernambuco contra lavagem de dinheiro e jogos ilegais. • Reprodução/Redes Sociais
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Imagens de Deolane Bezerra em Pernambuco • Rafael Vieira/Agif/Estadão Conteúdo
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A Justiça de Pernambuco mandou soltar Deolane Bezerra e outros investigados em bets, entre eles está a mãe da influenciadora, Solange Alves Bezerra. A decisão, no entanto, não contempla o cantor Gusttavo Lima.
Deolane Bezerra: veja a linha do tempo do caso da influencer
Outras 14 pessoas investigadas pela participação no suposto esquema criminoso também foram beneficiadas pela decisão:
- Maria Eduarda Quinto Filizola
- Dayse Henrique Da Silva
- Marcela Tavares Henrique da Silva
- Eduardo Pedrosa Campos
- Maria Aparecida Tavares de Melo
- Giorgia Duarte Emerenciano
- Maria Bernadette Pedrosa Campos
- Maria Carmen Penna Pedrosa
- Edson Antonio Lenzi
- Jose André da Rocha Neto
- Aislla Sabrina Trutta Henriques Rocha
- Rayssa Ferreira Santana Rocha
- Ruy Conolly Peixoto
- Thiago Heitor Presser
Segundo o documento, todos deverão seguir medidas cautelares restritivas. Entre as medidas, não mudar de endereço sem prévia autorização judicial, não se ausentar da comarca onde reside, sem prévia autorização judicial, não praticar outra infração penal dolosa, se apresentarem ao juízo 12ª Vara Criminal da Capital e proibição de frequentar qualquer empresa que tenha algum tipo de ligação com a “Operação Integration”.