Os EUA “não estavam envolvidos” na série de explosões de pagers no Líbano e “não estavam cientes” de nenhum ataque com antecedência, de acordo com o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
“Os EUA não estavam cientes desse incidente com antecedência e, neste momento, estamos coletando informações”, disse Miller nesta terça-feira (17), que repetidamente se referiu ao assunto como um “incidente”.
Miller não disse quais informações os EUA têm até agora e não disse se o país avalia que Israel é responsável ou não.
O Hezbollah e o Líbano culparam Israel pelo ataque, que feriu cerca de 2.800 pessoas e matou pelo menos nove, de acordo com o ministro da saúde libanês.
As Forças de Defesa de Israel não comentaram.
“Não tenho nenhuma avaliação para oferecer de uma forma ou de outra neste momento”, disse Miller.
Miller não disse se os EUA fariam sua própria avaliação, mas disse que estavam “coletando informações por todas as maneiras pelas quais geralmente coletamos informações”.
“Estamos coletando informações por meio de canais diplomáticos, bem como outros canais sobre este incidente”, afirmou. O porta-voz não disse se os EUA tiveram conversas com autoridades israelenses ou libanesas.
“Não quero prejulgar o que diremos nos próximos dias”, disse Miller.
Questionado se havia indícios de que o Irã poderia retaliar, dados os relatos de que o embaixador iraniano foi ferido, Miller disse que não queria especular até que esses relatos fossem confirmados.
“Vi os relatos. Não quero falar sobre quais podem ser as implicações antes que um relato seja confirmado. Mas certamente, como sempre é o caso, pedimos ao Irã que não tire vantagem de nenhum incidente, nenhuma instabilidade, para tentar adicionar mais instabilidade e aumentar ainda mais as tensões na região. Essa tem sido nossa mensagem ao Irã desde 7 de outubro”, disse ele.
Miller também repetiu que os EUA acreditam que precisa haver uma solução diplomática para o conflito no norte de Israel com o Hezbollah, e que é importante para Israel e o Hamas chegarem a um cessar-fogo para tornar uma resolução diplomática no norte mais fácil.
O porta-voz disse que é “muito difícil obter uma resolução diplomática no norte sem uma resolução para o conflito em Gaza, sem um cessar-fogo em Gaza, e é por isso que continuamos a pressionar por esse cessar-fogo, porque achamos que isso ajudará a tornar muito mais fácil chegar a uma resolução”.
Miller não disse como os EUA veem esse ataque afetando as negociações de cessar-fogo.