A maioria dos eleitores prováveis em seis estados-pêndulo nos Estados Unidos expressam pelo menos alguma confiança no processo eleitoral, de acordo com uma pesquisa da CNN conduzida pela SSRS.
Entretanto, muitos não têm alta confiança no processo — algo gerado, em grande parte, pelos eleitores que apoiam o ex-presidente Donald Trump.
No geral, dois terços ou mais dos eleitores prováveis em Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin dizem que estão pelo menos um pouco confiantes de que os votos em seu estado serão lançados e contados com precisão, com o índice variando de 68% no Arizona a 79% em Wisconsin.
Wisconsin é o único estado onde a maioria (52%) diz estar muito confiante sobre a precisão do processo de votação de seu estado. Esse valor é de 46% no Michigan e de cerca de 40% nos demais estados.
Mas os resultados também mostram um amplo e contínuo “abismo político” na confiança no sistema eleitoral, indicando relação com diversas falas de Trump sobre o assunto.
No debate de terça-feira (10) com a vice-presidente Kamala Harris, Trump novamente se recusou a reconhecer que foi derrotado na eleição presidencial de 2020.
Essa postura se assemelha a postagens em redes sociais feitas na semana passada, nas quais ele ameaçou processar autoridades eleitorais se reassumisse a Presidência e levantou ataques infundados à validade do voto pelo correio na Pensilvânia.
Apoiadores de Kamala e Trump divergem sobre confiança na eleição
Enquanto 71% dos apoiadores de Kamala Harris nos seis estados estão, em média, muito confiantes de que os votos em seu estado serão precisamente lançados e contados, uma média de apenas 15% dos apoiadores de Trump nessas regiões acreditam nisso.
Além disso, parcelas consideráveis de eleitores do ex-presidente não têm nem mesmo confiança modesta no sistema.
Uma maioria de 61% dos apoiadores do republicano na Geórgia e 58% em Wisconsin dizem que estão pelo menos um pouco confiantes de que os votos de seus estados serão computados com precisão, mas isso cai para 50% em Nevada, 47% na Pensilvânia, 46% no Arizona e 44% no Michigan.
Na Geórgia, a lacuna entre os apoiadores de Kamala e Trump em confiança no processo eleitoral é significativamente menor.
Neste estado, o conselho eleitoral, que é controlado pelos republicanos, aprovou recentemente novas regras que os críticos dizem formar uma estrutura que poderia ser usada para contestar os resultados da eleição.
Os apoiadores de Kamala Harris na Geórgia indicaram menos propensão a ter ao menos alguma confiança no sistema — 82% o fazem, em comparação com 92% ou mais em cada um dos outros cinco estados.
Esse índice de confiança supera por 20 pontos o resultado entre os apoiadores de Trump na Geórgia. Nos outros estados, há lacunas de 40 e 50.
Os índices são semelhantes ao de dois anos atrás, quando entre 40% e 48% dos eleitores prováveis para a eleição de meio de mandato nos EUA em cinco dos mesmos estados disseram que estavam muito confiantes na precisão da eleição. Essa pergunta não foi feita na Geórgia naquele ano.
Proteção da democracia
Em uma pesquisa da CNN em julho, 71% dos americanos disseram duvidar que Trump cederia se perdesse a eleição deste ano. Esse índice era de 58% em outubro de 2020, antes do pleito daquele ano.
A mesma pesquisa também descobriu que 85% dos eleitores registrados e 77% dos eleitores que apoiam Trump responderam que o perdedor da eleição presidencial tinha a obrigação de aceitar os resultados.
A expressão de confiança dos apoiadores de Kamala no processo eleitoral ocorre em meio a uma campanha que muitos deles entendem como um referendo sobre a própria democracia nos Estados Unidos.
Em cada um dos seis estados, os apoiadores da vice-presidente escolheram “proteger a democracia” como a questão mais importante na eleição deste ano, com uma média de 43% em cada estado destacando que isso é seu principal ponto de preocupação para votação.
Em contraste, apenas 9% dos apoiadores de Trump, em média, dizem o mesmo.
Metodologia
As entrevistas para as pesquisas da CNN foram conduzidas de 23 a 29 de agosto de 2024, on-line e por telefone com eleitores registrados, incluindo 682 eleitores no Arizona, 617 na Geórgia, 708 em Michigan, 626 em Nevada, 789 na Pensilvânia e 976 em Wisconsin.
Os resultados para eleitores prováveis, que incluem todos os eleitores registrados na pesquisa ponderados por sua probabilidade prevista de votar na eleição deste ano, têm uma margem de erro de amostragem de mais ou menos 4,7 pontos no Arizona, Geórgia e Pensilvânia; mais ou menos 4,9 pontos em Michigan e Nevada; e mais ou menos 4,4 pontos em Wisconsin.