O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, propôs na quarta-feira (11) que o órgão legislativo pedisse ao governo do presidente Nicolás Maduro romper relações diplomáticas com a Espanha, depois que o Parlamento espanhol reconheceu o opositor Edmundo González como presidente eleito.
Em um discurso amplamente aplaudido pela bancada chavista, Rodríguez, uma das pessoas mais próximas de Maduro, ordenou à Comissão de Política Externa do Parlamento que levasse uma resolução ao plenário “para aprovação definitiva”.
“Que saiam daqui todos os representantes da delegação do governo da Espanha”, exclamou Rodríguez.
A declaração do deputado ocorreu horas depois do Parlamento da Espanha validar – em uma votação dividida – uma proposta do Partido Popular para reconhecer González como presidente eleito das eleições de 28 de julho na Venezuela e pedir para o premiê Pedro Sánchez fazer o mesmo.
Na própria quarta, durante uma viagem à China, Sánchez disse que o governo não mudará a sua posição e, juntamente com outros países, procurará mediar a crise pós-eleições na Venezuela.
A Espanha é uma das nações que pediu às autoridades venezuelanas para publicarem as atas das últimas eleições presidenciais, argumentando que esta medida daria transparência e certeza dos resultados.
Tanto o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) como o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (TSJ) declararam Maduro vencedor, apesar dos resultados não terem sido publicados. Ambas as instituições são formadas por pessoas consideradas próximas de Maduro.
Desde a noite de 28 de julho, a oposição Plataforma Unitária Democrática (PUD) rejeita os resultados oficiais e afirma que o verdadeiro vencedor é González. No domingo (8), o ex-embaixador chegou à Espanha, depois de receber asilo político no país. González afirma que na Venezuela foi alvo de pressões e perseguições políticas.
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