O debate presidencial entre Donald Trump e Kamala Harris, realizado na terça-feira (10) pela ABC News, surpreendeu analistas e espectadores com uma dinâmica inesperada. Fernanda Magnotta, analista de internacional da CNN, avalia que o ex-presidente chegou preparado para debater em sua zona de conforto, mas foi pego de surpresa pela postura mais combativa da candidata democrata.
Segundo Magnotta, Harris adotou uma estratégia incomum para os padrões democratas, emulando o próprio estilo de Trump nos debates. “Ela misturou três características típicas do Donald Trump: frases de impacto, expressões faciais debochadas e tentativas de colocar o oponente na defensiva”, explica a analista.
Mensagens-chave e grupos-alvo
A vice-presidente americana focou em transmitir a ideia de que Trump representa o passado, posicionando-se como a candidata da mudança. Essa abordagem, de acordo com Magnotta, pode ressoar bem com eleitores independentes, afroamericanos e republicanos anti-Trump.
Por outro lado, Trump direcionou seu discurso principalmente para eleitores brancos mais velhos e latinos, apelando para questões como imigração e a retomada de uma economia industrial. No entanto, em alguns momentos cruciais, o ex-presidente tentou moderar seu tom, evitando inflamar ainda mais os ânimos.
Impacto nas eleições
Embora o debate não tenha criado nenhum fato político novo capaz de alterar drasticamente o rumo das eleições, Magnotta considera que foi um embate mais equilibrado do que os anteriores. Isso pode beneficiar Harris, já que Trump precisa mais do que apenas um desempenho equilibrado neste momento da campanha.
A analista ressalta que o debate serviu para compreender melhor os valores e ideias que pautam as duas campanhas, bem como suas estratégias para conquistar grupos-chave de eleitores. Com a eleição se aproximando, fica claro que ambos os candidatos estão ajustando suas táticas para atrair o apoio necessário para a vitória em 2024.
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