O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino ordenou nesta terça-feira (10) ao governo do estado do Rio de Janeiro que envie bombeiros para apagar todas as queimadas. Só em agosto, foram mais de 100 mil focos de incêndio espalhados por todo o país.
Observe o vocabulário utilizado pelo ministro do Supremo, ao instruir o governo sobre suas ações: “Determino a convocação imediata de mais bombeiros.” E também: “Fica fixada a obrigação da União de combate às frentes de fogo”.
Como se sabe, ordens judiciais devem ser cumpridas, especialmente quando emanam da Suprema Corte. No entanto, o governo — federal, estadual e municipal — não consegue combater as queimadas não por falta de vontade, mas por falta de capacidade.
O excelentíssimo senhor ministro poderia ter economizado tempo se tivesse ouvido, por exemplo, o presidente do Ibama.
O governo não tem como colocar um fiscal em cada esquina, muito menos na Amazônia, onde há 10 mil focos de incêndio.
Para o presidente do Ibama, não faz sentido investir tantos recursos apenas no combate às queimadas. É muito mais eficaz planejar e prevenir.
E, infelizmente, estamos longe de alcançar esse objetivo, independentemente das mudanças climáticas e secas extremas que contribuem para a atual crise ambiental.
Ou mesmo que um ministro do Supremo use diversas palavras para instruir o Executivo.
Não se deve normalizar um absurdo, como disse o ministro. Mas qual absurdo ele estava se referindo? O Supremo ensinando a combater incêndios?