O Kremlin criticou os Estados Unidos nesta sexta-feira (6) de aplicar pressão à mídia da Rússia depois que o Departamento de Justiça dos EUA acusação o colaborador de TV russo Dimitri Simes e sua esposa de esquemas para violar as sanções americanas.
As duas acusações foram anunciadas apenas um dia depois que os EUA tomaram várias ações legais contra a Rússia para combater supostos esforços para interferir as eleições presidenciais americanas de 2024. As ações dos EUA incluem acusação de dois funcionários da rede de mídia estatal russa RT e sanções à rede e seu principal editor.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que disse que a Rússia não está tentando interferir na eleição presidencial dos EUA, afirmou que Washington estava tentando garantir que a própria perspectiva de Moscou sobre os assuntos mundiais não estivesse disponível para as pessoas.
“Washington continua tentando pressionar a Rússia, os cidadãos russos e até mesmo a mídia russa, que está envolvida em informar os cidadãos dentro do nosso país e a opinião pública mundial sobre o que está acontecendo, da nossa perspectiva”, disse Peskov.
Ele acrescentou: “Washington nem mesmo aceita que deva haver opções para que alguém receba notícias da nossa perspectiva. Isso não passa de pressão flagrante. Condenamos veementemente essa postura como inaceitável”, disse ele.
Moscou ainda concede credenciamento a jornalistas ocidentais para trabalhar na Rússia, embora muitos tenham saído desde o início da guerra na Ucrânia em 2022 e a prisão do repórter do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, por acusações de espionagem em março de 2023.
Gershkovich, que negou as acusações, foi libertado em uma troca de prisioneiros no mês passado.
A Rússia disse que tomará medidas retaliatórias contra a mídia dos EUA em resposta às ações de Washington contra a RT.
Questionado sobre quais seriam essas medidas, Peskov disse que a Rússia avaliou cuidadosamente as políticas editoriais de vários veículos de mídia estrangeiros e levaria esses fatores em consideração ao tomar quaisquer decisões, no que ele sugeriu que seria uma avaliação caso a caso.