O líder francês de extrema esquerda, Jean-Luc Mélenchon, criticou nesta quinta-feira (5) a decisão do presidente Emmanuel Macron de nomear Michel Barnier como primeiro-ministro do país, dizendo que a medida é uma “negação da democracia”.
“O presidente acaba de decidir negar oficialmente os resultados das eleições legislativas que ele próprio convocou”, disse Mélenchon num discurso transmitido ao vivo após o anúncio ter sido feito.
Macron nomeou Barnier, o ex-negociador da União Europeia para o Brexit, como seu novo primeiro-ministro, após semanas de prolongadas negociações depois de uma eleição antecipada inconclusiva.
Barnier, de 73 anos, liderou as conversações da UE com o Reino Unido sobre a sua saída do bloco entre 2016 e 2021. Antes disso, o político conservador ocupou cargos em vários governos franceses e também foi Comissário da UE.
Macron considerou uma série de potenciais primeiros-ministros nas últimas semanas, nenhum dos quais reuniu apoio suficiente para garantir um governo estável, e não há garantia de que o governo de Barnier conseguirá fazer com que as reformas sejam aprovadas por um parlamento hesitante.
Mas pelo menos o União Nacional (RN), da ultradireita, cujo partido é um dos maiores no parlamento após as eleições do início de julho, sinalizou nesta quinta-feira que não rejeitaria imediatamente Barnier, se ele cumprisse certas condições.
“Não acreditamos nem por um segundo que haverá uma maioria na Assembleia Nacional disposta a aceitar tal negação da democracia. E não quero acreditar que o povo francês possa aceitar ser tratado desta forma no olhos do mundo”, disse Mélenchon.
Quem é Jean-Luc Mélenchon, integrante da nova coalizão na França?