Apesar dos protestos semanais, às vezes diários, na renomeada Praça dos Reféns de Tel Aviv e em outras cidades por Israel, o premiê Benjamin Netanyahu não fez o que várias pesquisas de opinião mostram que a maioria dos israelenses apoia.
Isto é, fazer do retorno dos mais de 100 reféns mantidos em Gaza (cerca de um terço dos quais acredita-se estarem mortos) sua principal prioridade.
Netanyahu há muito tempo diz que tem três objetivos principais na guerra com o Hamas.
Uma linha vermelha específica, no entanto, surgiu agora: o chamado Corredor Filadélfia, uma faixa de terra de 14 quilômetros de extensão que separa Gaza do Egito.
Netanyahu está insistindo que as tropas israelenses permaneçam lá para impedir o contrabando de armas para o Hamas, entrando em choque na quinta-feira com o ministro da Defesa Yoav Gallant.
Isso por si só enfureceu muitas famílias de reféns. Saber que os corpos de seus entes queridos foram descobertos “pouco” antes de as tropas israelenses chegarem até eles no sábado os enfureceu ainda mais.
A notícia de que pelo menos três deles estavam programados para serem libertados na primeira fase de um acordo de cessar-fogo em negociação os deixou apopléticos e de coração partido.
E agora? Apesar de todos os pronunciamentos otimistas do presidente dos EUA, Joe Biden, e outros, um acordo de cessar-fogo com reféns continua ilusório.
Netanyahu sem dúvida está ciente de que seus parceiros de coalizão da extrema direita ameaçaram derrubar seu governo se ele fizer qualquer acordo.
No entanto, após nove meses de conversas intermitentes, muitas pessoas estão concluindo que Netanyahu não quer um.
E o mesmo acontece com o arquiteto dos ataques de 7 de outubro, o líder do Hamas Yahya Sinwar, que, talvez em um túnel perto de onde os corpos sem vida de seis jovens israelenses foram encontrados no sábado, vê a guerra expandida na região que ele esperava desencadear naquele dia cada vez mais perto de se tornar realidade.