A escalada de tensões entre Rússia e Ucrânia atingiu um novo patamar nos últimos dias, com Moscou intensificando seus ataques contra alvos civis ucranianos.
Segundo o analista de Internacional da CNN Lourival Sant’Anna, essa ação é uma resposta às recentes incursões ucranianas em território russo.
Sant’Anna explica que a Rússia, ao invés de se mobilizar para defender seu próprio território invadido pela Ucrânia, opta por atacar alvos civis no país vizinho.
“É bem mais fácil invadir um país ou atacar os seus alvos civis do que enfrentar uma força ofensiva invasora”, afirma o especialista.
Expansão da ocupação ucraniana
O analista destaca que a Ucrânia continua expandindo sua ocupação em território russo, que já alcança cerca de 1.500 Km² – uma área maior que a cidade do Rio de Janeiro.
Diante dessa situação, a estratégia russa parece ser a de “castigar a população ucraniana para tentar demover politicamente o governo ucraniano dessa ação de invadir a Rússia”.
No entanto, Sant’Anna ressalta que essa tática provavelmente não surtirá o efeito desejado por Moscou.
Ao longo dos mais de dois anos de conflito, a Rússia tem atacado constantemente a infraestrutura ucraniana, mas os ucranianos permanecem determinados a resistir e contra-atacar.
Armamentos e apoio internacional
A situação se complica ainda mais com o envolvimento dos Estados Unidos, que têm fornecido mísseis de longo alcance ATACMS à Ucrânia.
Esses armamentos, com alcance de 300 quilômetros, têm sido utilizados com sucesso contra alvos na Crimeia.
Agora, Kiev busca a aprovação de Washington para usar esses mísseis contra alvos dentro do território russo.
O ministro da Defesa e um comandante ucraniano estão em missão na capital americana para tentar convencer o governo Biden a permitir essa escalada.
Apesar do apoio ocidental, Sant’Anna ressalta que a Rússia ainda mantém superioridade militar em termos de tropas e munições.
No entanto, as restrições impostas pela Otan à Ucrânia impedem uma guerra de igual para igual, baseadas no receio de uma maior provocação à Rússia – algo que o analista considera infundado, dado o histórico de agressões russas não provocadas contra a Ucrânia.
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