Ataques de militantes separatistas a delegacias de polícia, linhas de trem e rodovias na província de Baluchistão, no Paquistão, e operações de retaliação das forças de segurança deixaram mais de 60 pessoas mortas, informaram autoridades nesta segunda-feira (26).
O ataque faz parte de um esforço de décadas para conquistar a separação da província do sudoeste, rica em recursos, que abriga grandes projetos liderados pela China, como um porto estratégico e uma mina de ouro e cobre.
“Esses ataques são um plano bem elaborado para criar anarquia no Paquistão”, afirmou o ministro do Interior Mohsin Naqvi em um comunicado, acrescentando que as forças de segurança mataram 12 militantes em operações após os ataques, mas sem dar detalhes.
As Forças Armadas do Paquistão disseram que 14 soldados e policiais, além de 21 militantes, foram mortos em combates após o maior dos ataques, que teve como alvo veículos, desde ônibus a caminhões de carga, em uma grande rodovia.
Não ficou imediatamente claro se isso incluía os 12 militantes que o Ministério do Interior confirmou como mortos.
Passageiros mortos
Autoridades locais destacaram que pelo menos 23 passageiros foram mortos no ataque, com 35 veículos incendiados.
O tráfego ferroviário com Quetta foi suspenso após explosões em uma ponte ferroviária que liga a capital da província ao resto do Paquistão, bem como em uma ligação ferroviária com o vizinho Irã, informou o funcionário das ferrovias Muhammad Kashif.
A polícia afirmou ter encontrado seis corpos ainda não identificados perto do local do ataque à ponte ferroviária.
Ataque a delegacias
As autoridades comentaram que os militantes também atacaram a polícia e as estações de segurança no Balochistão, que é a maior província do Paquistão, matando pelo menos 10 pessoas.
O grupo militante Exército de Libertação Balochi (BLA) assumiu a responsabilidade em uma declaração, reivindicando também muitos outros ataques, inclusive um em uma importante base paramilitar, embora as autoridades paquistanesas ainda não tenham confirmado essas ofensivas.
O BLA é o maior de vários grupos étnicos insurgentes que lutam contra o governo central há décadas, alegando que ele explora injustamente os recursos minerais e de gás do Balochistão. Ele busca a expulsão da China e a independência da província.
Os comentários de Naqvi foram feitos depois que o gabinete do primeiro-ministro Shehbaz Sharif prometeu em um comunicado que as forças de segurança retaliariam os ataques e levariam os responsáveis à justiça.