Um professor de 44 anos foi preso preventivamente por violentar sexualmente e praticar os crimes de tortura e ameaça contra seus alunos, que têm idades entre 8 e 11 anos. Os casos aconteceram em Tefé, no interior do estado, mas o homem foi preso em Manaus, após dois meses de investigações. Ele não teve o nome divulgado.
Conforme a delegada Nathalia Oliveira, da Delegacia Especializada de Polícia de Tefé, as investigações iniciaram em meados de junho deste ano, a partir de uma apuração da Corregedoria do município sobre o homem privar os alunos de alimentação dentro de uma instituição de ensino da rede municipal.
“As crianças contaram aos seus pais que não queriam ir à escola pois estavam sendo privadas do alimento escolar pelo professor. Posteriormente, os pais procuraram o município e relataram a história, o que fez com que a Corregedoria e o Conselho Tutelar se dirigissem à comunidade São Raimundo do Manquetal para averiguar a denúncia, e foi quando descobriram que havia mais coisas envolvendo o docente”, explicou a delegada.
Segundo ela, foi revelado que o professor também torturava os alunos dentro de sala de aula com uma palmatória, abusava sexualmente deles e os ameaçava para que eles não contassem nada a ninguém. “Ele costumava colocar os alunos em dupla para realizar leituras no quadro da sala de aula e, nesse caso, uma das crianças tinha dificuldade para ler e o indivíduo ordenava que a dupla batesse nela com uma palmatória, como forma de repreender”, contou a delegada.
Conforme as apurações, uma das vítimas, uma criança de 8 anos, compareceu à delegacia junto a sua mãe e contou que, sob o pretexto de fornecer aulas particulares às crianças, o professor as levava para sua casa, colocava filmes pornográficos para elas assistirem e cometia o estupro.
Até o momento, quatro crianças, do sexo masculino, foram ouvidas e há a possibilidade de outras vítimas terem sido abusadas sexualmente, já que o homem dava as supostas aulas de reforço para outros alunos.
“Ele foi ouvido e reconheceu a palmatória, mas disse que usava apenas para fazer apontamentos no quadro. O indivíduo também reconheceu a privação de merenda escolar, sob justificativa de que os alunos só comeriam quando finalizassem suas atividades. Algumas vezes os alunos chegavam na escola com fome, em virtude de morarem em uma comunidade carente, e não eram permitidos consumir a comida da escola”, citou a delegada.
O professor foi afastado das suas atividades na escola da rede municipal quando o caso se tornou público. A investigação apontou que ele pretendia fugir para a cidade de Curitiba (PR), mas a equipe de investigação conseguiu agir e efetuou a sua prisão
Ainda conforme a delegada do caso, o professor responde a um processo por estupro praticado em Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus) no ano de 2021, que segue em investigação.