O Líbano recebeu nesta segunda-feira (5) suprimentos médicos de emergência para equipar seus hospitais para possíveis ferimentos de guerra e o aeroporto de Beirute estava repleto de pessoas tentando deixar o país em meio a temores de que um conflito em grande escala estivesse no horizonte.
As tensões na região aumentaram na última semana após o assassinato em Teerã do líder do grupo militante palestino Hamas e um ataque israelense nos subúrbios de Beirute que matou um dos principais comandantes do grupo armado libanês Hezbollah.
O Hezbollah e o Irã prometeram retaliar Israel pelas mortes, o que gerou preocupações de que as várias frentes que estão sendo travadas paralelamente à guerra de Gaza possam se transformar em uma guerra regional total.
Os hospitais do sul do Líbano, onde ocorreu a maior parte dos confrontos entre o Hezbollah e os militares israelenses, estão desgastados por um colapso econômico que já dura anos e têm enfrentado dificuldades para lidar com os pacientes feridos nos últimos 10 meses.
Na segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde entregou 32 toneladas de suprimentos médicos ao Ministério da Saúde do Líbano, incluindo pelo menos 1.000 kits de trauma para tratar possíveis feridos de guerra.
“O objetivo é levar esses suprimentos e medicamentos a vários hospitais e ao setor de saúde no Líbano, especialmente nos locais mais expostos (às hostilidades), para que possamos estar prontos para lidar com qualquer emergência”, disse o ministro da Saúde, Firass Abiad, aos repórteres na pista de pouso do aeroporto onde a ajuda chegou.
No saguão de embarque do aeroporto, famílias de origem libanesa que tinham ido ao país no verão faziam fila para o check-in de seus voos de partida, tristes por partirem mais cedo do que o esperado.
Países como França, Reino Unido, Itália, Turquia e outros pediram aos seus cidadãos que deixassem o Líbano enquanto houvesse voos comerciais disponíveis.
“É muito triste, oh Deus, a situação é realmente triste. Saímos de uma crise e entramos em outra”, disse Sherin Malah, uma cidadã libanesa que mora na Itália, que tinha ido ao Líbano para visitar a mãe e estava voltando para casa mais cedo.
Os Estados Unidos pediram aos seus cidadãos que desejam deixar o Líbano “que reservem qualquer passagem disponível”, enquanto as Nações Unidas pediram às famílias de seus funcionários que deixassem o Líbano e a embaixada sueca transferiu temporariamente seus funcionários para o Chipre.